Há pouco menos de dez dias no cargo, o secretário estadual de Segurança Pública (Sesp), delegado Francisco Araújo, anunciou que o Estado deverá lançar em breve concurso público para a contratação de mais servidores para reforçar o quadro de profissionais que atuam na Polícia Civil.
Em entrevista à Folha, o delegado afirmou que os detalhes para a realização do certame já estão em ritmo avançado. A previsão, segundo ele, é que o edital seja lançado até o final deste ano. “Na condição de secretário da Sesp, eu tenho que dar a devida atenção a todas as instituições que integram a Segurança Pública, e diante disso, é preciso ter uma visão macro sobre as reais necessidades para o nosso Estado. Falando especificamente da Polícia Civil, de 2003 para cá, não houve a realização de nenhum concurso, provocando a estagnação de iniciativas para a secretaria. Então, na atual situação em que estamos, é primordial a realização de um novo processo seletivo, justamente para dar uma nova dinamização dos serviços que são prestados para a população”, garantiu.
De acordo com o secretário, o concurso deverá ofertar inicialmente 340 vagas, nas mais várias áreas. No entanto, o quantitativo deve ser ainda maior, visto que a intenção do governo é garantir vagas para a lista de reserva, para suprir assim as necessidades da Sesp. “Cremos que são necessários reservar em torno de 35 a 40 vagas para delegado de polícia, mais 120 escrivães, de 100 a 120 agentes de polícia, 20 papiloscopistas, 20 auxiliares de perito e 20 auxiliares de necropsias. Sem falar do Instituto de Criminalística, que também necessita de um aumento de efetivo. A governadora [Suely Campos] já deu o ok e estamos em fase de levantamento orçamentário, mas a ideia é que o edital saia ainda este ano”, frisou.
Francisco Araújo mostrou também preocupação com a contratação da empresa que organizará o certame. “Uma coisa que é válida ressaltar é que vamos exigir que a empresa organizadora do concurso seja uma entidade que realmente tenha condições técnicas para aplicar essas provas, para que nós possamos escolher os melhores dos melhores para compor o quadro da Polícia Civil, assim como é realizado em certames de nível nacional. Será um concurso realizado de forma bem rigorosa, escolhendo pessoas com qualificação exemplar, para que a gente possa melhorar essa instituição”, pontuou.
Jornada de trabalho também será revista
Outro ponto destacado por delegado Francisco Araújo diz respeito à mudança na jornada de trabalho dos profissionais da Polícia Civil. Inicialmente, ele havia confirmado o retorno da carga horário corrida de seis horas, entretanto, ao reavaliar a situação, a Secretaria de Segurança Pública deverá ter horários diferenciados para os agentes de polícia que atuam na rua e para os que realizam trabalhos administrativos.
“Na realidade, eu fui até um pouco infeliz na minha explicação. O que acontece é que na época da gestão do ex-governador Ottomar Pinto, o Estado passou a trabalhar em horário corrido de seis horas, com exceção dos servidores da Saúde e Educação. Na Polícia Civil, por exemplo, nós trabalhamos no horário corrido e isso também vale para a Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros Militar. A ideia agora é deixar a parte administrativa trabalhando em horário corrido e estabelecer dois expedientes para agentes de polícia que atuam na rua”, explicou.
O secretário comentou ainda que o planejamento em relação a jornada de trabalho dos policiais civis do Estado, bem como outras questões de interesse deste profissionais, ainda estão sendo discutidas com a categoria e com o Governo do Estado, para que haja um entendimento satisfatório para todas as partes envolvidas. “Lógico que essas mudanças serão feitas de forma dialogada com os representantes de todas as categorias. Nós não queremos impor essa condição, tanto que a governadora quer oferecer uma contrapartida: aumentar a carga horário em troca de benefícios como a promoção de categorias. Será algo bem alinhado para que todas as partes saiam ganhando”, concluiu. (M.L)