AYAN ARIEL
Editoria de Cidades
A eleição para a direção geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), que renovou o mandato de Flávio Bezerra no cargo por mais três anos, foi anulada pela Comissão Eleitoral do pleito.
Membro da Comissão, Cassiano Flauzino explicou que foi necessário haver a suspensão do processo por conta de vários eleitores deixarem de votar por não constarem como aptos na lista de associados fornecida pela direção do sindicato.
“Como ocorre esse processo das eleições? A gente divulga o edital e as normas desse processo, só que quem apresenta os sindicalizados que estão aptos a votar é a direção, pois esse é o setor que tem o controle financeiro dessas pessoas que estão em dia com as suas contribuições sindicais, requisito esse necessário para participar da votação”, explicou Flauzino.
O integrante do comitê organizador apontou que, no início do pleito, foi solicitada à direção a lista oficial de votantes. “Em seguida, a Comissão eleitoral fez a publicação de uma lista prévia de votantes e deu um prazo de 72 horas para correção dos nomes dessa relação”, completou.
Segundo informa Flauzino, foram feitas correções por parte do Sinter, que solicitou a abertura do voto em trânsito, que é o voto feito pelo sindicalizado fora da zona eleitoral de origem, previamente demandado pelo votante.
“Ao longo da apuração, foram verificados esses vícios apresentados durante o processo eleitoral. Como acompanhamos todas as seções da Capital, verificamos que muitas pessoas vieram votar apresentando contracheque ou folha de ponto, mas não votava porque o nome estava fora da relação apresentada pelo sindicato”, argumentou o membro da comissão eleitoral.
A equipe organizadora percebeu a ausência de vários eleitores no pleito e relatou problemas em onze seções eleitorais. “Achamos por bem resguardar o direito fundamental do associado, que é votar e/ou ser votado. Por isso foi decidida pela anulação da votação e um novo cronograma, que vai ser divulgado por meio de edital a ser divulgado no próximo dia 26, onde constarão as regras para o futuro pleito”, ressaltou Flauzino.
CHAPAS RECORRERAM – As chapas 20 (Sinter, Nossa Força, Nossa Voz!) e 30 (União e Ação) se uniram para recorrer contra o resultado das eleições. A alegação apresentada no recurso era de abuso econômico e o transporte irregular de eleitores, porém as chapas não teriam apresentado provas das denúncias.
“O que pesou de fato e direito na decisão de anular o pleito foi essa questão do cerceamento do voto dos sindicalizados”, conclui o integrante da comissão.
Após a divulgação do novo edital, todas as chapas poderão concorrer novamente pelo posto na direção do Sinter, além de se abrir a possibilidade da criação de novas coligações concorrentes.
Chapa vencedora rechaça acusações e diz que vai recorrer
Candidato Flavio Bezerra afirma que irá recorrer da anulação (Foto: Diane Sampaio/Arquivo Folha BV)
Flávio Bezerra, atual diretor-geral do Sinter que havia sido reeleito na votação ocorrida na semana passada, representando a chapa 10 (Educação e Luta), afirmou em entrevista à Folha que pretende recorrer judicialmente da decisão da anulação do pleito eleitoral.
“Enquanto diretoria, nós fornecemos a lista, mas já havíamos avisado à Comissão que não houve recadastramento dos professores. Com isso, alguns professores que estavam em determinado município no decorrer do processo mudaram para outros locais. Por isso, solicitamos o voto em trânsito, todo documentado e registrado, ressaltando que era uma prática comum no sindicato, só que ela foi rejeitada pela Comissão”, explicou Bezerra.
O até então vencedor das eleições explicou que, em um segundo momento, foi dado um prazo por parte do grupo organizador para as manifestações dos eleitores que haviam mudado de domicílio.
“Ocorreu por dois dias e foi amplamente divulgado, tanto pela mídia, quando pelas redes sociais e no site do sindicato e, de fato, alguns realmente fizeram esse pedido”, ressaltou.
Por fim, ele disse que irá recorrer da decisão, nesse primeiro momento pela vias internas do sindicato. “Dependendo do posicionamento da comissão, vamos partir para outras instâncias”, finalizou.