Cotidiano

Eletrobras explica novo apagão no Estado

Empresa diz que termelétricas foram reabastecidas para suprir a demanda, mas houve problemas em Monte Cristo

Enquanto as obras do Linhão de Tucuruí – que irá integrar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de Manaus (AM) – não são retomadas, o roraimense sofre com os recorrentes apagões na interligação Brasil-Venezuela. O mais recente, no final da noite de domingo, 13, deixou Boa Vista e vários municípios do interior sem energia elétrica por quase duas horas e, mais uma vez, tirou o sono da população.

Segundo a Eletrobras Distribuição Roraima, o apagão de domingo foi causado novamente por uma falha na subestação de Las Claritas, na Venezuela. A alegação foi a mesma usada pela empresa na semana passada, quando Boa Vista e os municípios de Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Rorainópolis e São Luiz do Anauá ficaram sem energia elétrica por mais de 12 horas.

Sobre o apagão desse domingo, o gerente de operações da Eletrobras, Jocely Ferreira, informou que todas as providências foram tomadas para reestabelecer a energia por meio das termelétricas. “Pouco tempo depois do apagão, a Eletronorte informou que já havia normalizado a linha e a carga começou a ser retomada pelo Linhão de Guri”, disse.

Conforme ele, assim que o reabastecimento foi retomado, um novo apagão foi registrado. “Dessa vez, por um problema na subestação de Monte Cristo. As termelétricas foram acionadas e priorizamos os serviços essenciais. Por isso levamos em torno de uma hora para energizar todos os consumidores”, explicou.

O gerente atribuiu a demora no reabastecimento por parte das termelétricas à necessidade de aquecimento dos motores nas usinas. “Toda vez que acontece um problema na Venezuela temos que acionar o parque térmico. Hoje são cinco usinas. Tem que ligar os motores, fazer o aquecimento e isso demora em torno de uma hora para energizar toda a carga. São questões técnicas de operação”, justificou.

Diferente do alegado pela empresa na semana passada, ele afirmou que as usinas possuem combustível suficiente para suprir a demanda. “Hoje nós estamos com os parques térmicos abastecidos de combustíveis. Desde o dia 8 temos recebido em torno de 30 carretas de combustível. A nossa capacidade é de nove milhões de litros e hoje temos cerca de 4,6 milhões de litros, o que nos dá autonomia de seis a sete dias”, disse.

A previsão da Eletrobras é que, até o próximo dia 17, os parques térmicos estejam totalmente abastecidos. “Com isso, teremos autonomia para 12 dias para que, se houver problemas de longa duração, tenhamos combustível suficiente para atender a demanda dos consumidores”, afirmou.

Ferreira citou que a solução para o fim da crise energética em Roraima é a conclusão das obras do Linhão de Tucuruí. “Sabemos que é a única solução para dar um conforto melhor à população. Estamos trabalhando para fazer as ações necessárias a fim de minimizar os desligamentos. Todos os órgãos do setor estão trabalhando para que as soluções definitivas cheguem”, frisou.

Por fim, o gerente declarou que, com a crise enfrentada no país vizinho, os roraimenses devem se preparar para novos apagões. “Há essa possibilidade, porque dependemos da energia de outro país. No entanto, as termelétricas têm estoque de combustível para atender toda a população hoje por cinco dias, o que é um prazo razoável”, frisou. (L.G.C)