De acordo com dados da Polícia Civil de Roraima, os casos de feminicídio cresceram durante a pandemia. Em 2019, foram registrados seis casos de feminicídio, enquanto no ano passado, houve nove mortes. O feminicídio é a tipificação do assassinato em que o gênero da vítima é determinante para o crime.
Também aumentaram no mesmo período os casos de violência doméstica. Em 2019, foram registrados 775 casos de violência física, 964 de agressão psicológica e 57 de violência patrimonial. Enquanto em 2020, houve 827 casos de agressão física, 1.045 psicológica e 93 de violência patrimonial.
Durante sessão plenária nesta terça-feira (09), na Assembleia Legislativa de Roraima, a deputada Yonny Pedroso (SD) frisou que, apesar das datas simbólicas, não há o que comemorar, já que as mulheres continuam a ser sistematicamente vítimas do ciclo de violência doméstica, situação agravada com o isolamento social.
“Vivemos um período de pandemia em que a vida do brasileiro é menosprezada pelo poder público, situação que atinge particularmente a mulher, a vítima da violência doméstica. E o feminicídio é um ato de covardia dentro da sociedade, é um ato criminoso que produz órfãos, desestrutura famílias e perpetua a violência”, declarou.
Para a deputada, essas estatísticas são alarmantes, e exigem do poder público comprometimento para a criação de políticas públicas que viabilizem a proteção e o acolhimento dessas mulheres vítimas de violência doméstica.
“O poder público tem o dever de garantir o cumprimento de medidas protetivas, promover a segurança e a justiça, fornecer uma rede de apoio e fomentar o debate sobre políticas públicas de prevenção à violência de gênero no Estado”, afirma.
Para a deputada, essas estatísticas são alarmantes (Foto: Divulgação)
Da tribuna, a deputada ainda fez um apelo ao Executivo para que seja implementada a Lei n° 1.408/2020, que propõe que essas vítimas possam ser beneficiadas por um aluguel social e, assim, deixem suas casas e rompam com os seus agressores.
“Fica aqui o meu apelo ao Governador para instituir o aluguel social para que a gente possa resguardar essas vidas”.
Por último, a parlamentar lembrou que a denúncia ainda é a forma primária de combate a violência doméstica, e incentivou as vítimas a procurarem os órgãos competentes. “A denúncia é muito importante para combater a violência contra a mulher. Se você é vítima ou conhece alguém não se cale. Não sofra sozinha, denuncie!”, encorajou.
A população pode registrar queixa sobre violência doméstica nos canais de atendimento da Polícia Civil pelo número 180 ou 190 da Polícia Militar. Além disso, as vítimas podem buscar apoio no Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), programa permanente da Assembleia Legislativa de Roraima pelo Zap Chame (95) 98402-0502.