Cotidiano

Em frente à Prefeitura, servidores municipais cobram melhores salários

Profissionais encabeçam pautas como carga horária de 30 horas iguais para todas as secretarias municipais, incorporação da Gratificação de Incentivo à Docência ao salário e criação de auxílio-alimentação. Prefeitura de Boa Vista ainda não se pronunciou so

Centenas de servidores efetivos municipais se reúnem na manhã desta quarta-feira (20), em frente à Prefeitura de Boa Vista, no bairro São Francisco, tendo como uma das pautas as melhorias salariais para 2022.

O grupo é composto por profissionais, como professores, cuidadores e assistentes de aluno, parte deles ligados ao Sitram (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista).

Entre as reivindicações, estão:

Aumento salarial em 2022 para corrigir perda de 21% de 2016 a 2021;
Reformulação de Planos de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR);
Carga horária de 30 horas para todas as secretarias municipais;
Regulamentação de diárias;
Piso salarial por nível de escolaridade entre todas as secretarias municipais;
Incorporação da Gratificação de Incentivo à Docência (GID) ao salário;
Criação de gratificações específicas para cada modalidade de servidor;
Criação de auxílio-alimentação para servidores.

A paralisação de 24 horas foi acertada em assembleia geral do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Boa Vista (Sitram). A presidente do sindicato, Sueli Cardozo, disse que o ato desta quarta é preparatório para uma nova manifestação a ser realizada em novembro. Ela protocolou três ofícios com as reivindicações no gabinete do prefeito Arthur Henrique (MDB), um deles nesta quarta. Cardozo reclamou que ele ainda não recebeu o sindicato.


Representantes do Sitram protocolaram na Prefeitura o terceiro ofício com reivindicações (Foto: Sitram)

Professora municipal desde 2014, Leiah Santos, de 35 anos, testemunhou o aumento gradativo do valor da GID, de R$ 350 para R$ 800. No entanto, ela cobra a incorporação desse montante à remuneração, pois esse benefício faria diferença quando ela se aposentar. “Se tem pra pagar, por que não incorporar? Pedimos também que seja reajustado o nosso salário-base de forma justa, porque a gente tá perdendo poder de compra”, indagou.

O cuidador Saulo Schunk, 37, reforçou o pedido pela igualdade da carga horária dos servidores municipais de Boa Vista. “No piso, no chão da escola, os cuidadores são a única categoria que ainda trabalha 40 horas, com duas jornadas de quatro horas diárias. Todos os outros servidores da escola trabalham 30 horas, ou seja, 6 horas corridas. Pra gente, isso se tornou inviável”, reclamou.

“Desde 2019, nós estamos nessa batalha, nessa luta, nesse embate. E hoje viemos aqui porque a gente está cansado”, disse a cuidadora Maria da Conceição Filha.

“Um servidor que ganha R$ 1.200, como se alimenta, paga luz, água, compra remédios? É insustentável essa situação. E dentro dos PCCRs, você tem uma série de distorções, por exemplo: servidores de nível superior, que ganham R$ 1.800 para trabalhar 40 horas, e o servidor do lado ganha R$ 3.800 na mesma função, entre outras distorções de pisos salariais e outras situações. E o servidor tem adotado algumas estratégias pra manter a qualidade da oferta de serviços”, relatou Lauro José Prestes, que trabalha como professor municipal desde 2019.

A FolhaBV pediu posicionamento da Prefeitura de Boa Vista sobre a manifestação e aguarda retorno.