Dezenas de servidores da Companhia Energética de Roraima (Cerr) iniciaram a segunda-feira, 11, realizando um ato público em frente à sede do órgão, localizada na avenida Presidente Castelo Branco, no bairro Calungá, zona sul da capital. O motivo? O atraso no pagamento dos cerca de 450 funcionários.
O diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Roraima (Stiu), João do Povo, informou que no decorrer de 2017 o atraso no pagamento aconteceu todos os meses. Para ele, os servidores não têm outra escolha, a não ser expressar em forma de manifestação o repúdio em relação aos atos do Governo do Estado.
Com o atraso, os servidores são obrigados a passar por situações constrangedoras e humilhantes, tendo em vista a necessidade de quitar aluguel, contas e comprar alimentos. “A situação vai se aglomerando pelas questões de juros e, ainda assim, o Governo não dá um posicionamento que contemple a necessidade da classe trabalhadora”, ressaltou João do Povo.
Em nota enviada à imprensa na sexta-feira, 8, o Governo do Estado informou que o salário dos servidores públicos referente ao mês de novembro já estaria sendo pago durante todo o dia. Contudo, o diretor declarou que “os servidores da Cerr são enganados pelo Estado por não receberem nas datas anunciadas, ficando a critério do Governo a data de pagamento”.
João do Povo explicou que há um acordo coletivo, pactuado e homologado, que determina o pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subsequente. No entanto, o salário que deveria ter sido pago no dia 7 do mês de novembro ainda não foi realizado. Além disso, o diretor apontou que o vale-alimentação dos funcionários também está sendo pago em atraso.
Servidores concursados que estavam no local relataram à equipe de reportagem da Folha a insatisfação e discriminação que sentem por não terem um calendário de pagamento. “Eles dizem que não temos autonomia financeira e arrecadação, mas não justifica, porque somos funcionários estaduais. Temos um acordo coletivo que nunca foi respeitado pela governadora”, relatou uma funcionária, que preferiu não se identificar.
Conforme João do Povo, o Stiu já ajuizou diversas ações junto à Justiça, mas também não recebeu respostas plausíveis. “O Governo nunca manifesta um retorno que contemple as expectativas. Então, nos resta dizer que a manifestação vai permanecer. Assim como virou rotina a questão do atraso do pagamento, também vamos transformar em rotina as manifestações. Os portões estão fechados e vão permanecer assim enquanto não houver uma posição”, finalizou.
OUTRO LADO – A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) informou que o pagamento da administração indireta, referente ao mês de novembro, será creditado amanhã, dia 13. (A.G.G)