Cotidiano

Em Roraima a cesta básica custa mais da metade do salário mínimo

O acesso à alimentação básica ficou indiscutivelmente mais difícil após o início da pandemia de Coronavírus

A cesta básica em mercados de Boa Vista custa a metade do salário mínimo. A FolhaBV usou como base a lista de alimentos disponibilizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) durante pesquisas em três supermercados.

Nesse período de rescisão no país, a inflação atinge todos os meios, principalmente, alimentício. A cesta básica em Roraima custa em média 45% do salário mínimo. O acesso à alimentação básica ficou indiscutivelmente mais difícil após o início da pandemia de Coronavírus.

Durante a visita aos supermercados da capital, a reportagem identificou a diferença dos produtos nos mercados periféricos e mercados centrais. É possível identificar na tabela (abaixo) que os pontos de vendas centrais possuem alguns itens mais em conta que os da região periférica.

Supermercado periférico

Supermercado Central

Carne

R$ 134,95

139,18

Leite

R$ 26,94

29,88

Feijão

R$ 29,20

29,16

Arroz

R$ 13,64

15,10

Farinha

R$ 25,47

29,94

Tomate

R$ 149;88

144,40

Pão Frances

R$ 35,94

35,88

Café em Pó

R$ 5,49

4,98

Banana

R$ 39,26

33,52

Óleo

R$ 11,53

11,82

Açúcar

R$ 11,67

11,82

Com base na cesta mais cara que, em setembro, foi a de São Paulo, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.657,66, o que corresponde a 5,14 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

Principais variações dos produtos

 · Açúcar:

Apresentou elevação de preço em todas as capitais. O principal motivo do aumento do custo no varejo foi a oferta restrita de cana-de-açúcar, por causa do clima seco e da falta de chuvas.

· Café:

O preço do quilo do café em pó subiu em 16 capitais. A valorização do dólar em relação ao real, os problemas causados pelo clima – geada no final de julho e tempo seco – e maior demanda interna e externa pelo grão são as causas do aumento do custo do grão também no varejo.

· Óleo:

O óleo de soja registrou alta. O volume de exportação cresceu, em especial para a China, e, com o problema de escoamento de grãos nos Estados Unidos, a demanda internacional esteve voltada para a soja brasileira. Também houve maior procura do óleo para a produção de biodiesel.

· Pão Frances:

O preço do quilo do pão francês subiu . Além do aumento de custos, como o da energia elétrica, o trigo importado ficou mais caro com a valorização do dólar em relação ao real.

 · Leite e Manteiga:

 Entre agosto e setembro, o litro do leite integral e a manteiga teve acréscimo. A menor qualidade das pastagens, as expressivas altas nos custos de produção e a forte competição das indústrias por matéria-prima explicam a baixa oferta de leite no campo e a alta dos derivados no varejo.

· Bovino:

O quilo da carne bovina de primeira aumentou. Apesar da suspensão da exportação da carne para a China e da menor demanda interna, consequência dos altos preços no varejo, as cotações seguiram elevadas na maior parte das cidades, devido às condições ruins das pastagens, ao clima seco e aos altos custos de produção.