Cotidiano

Em três dias, 33 mulheres foram vítimas de violência

A violência contra a mulher não se limita a agressões físicas; xingamentos, difamação, gritos e ameaças também causam traumas às mulheres

Desde quarta-feira (6), quando o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), retomou os atendimentos presenciais, até esta sexta-feira (8), 33 mulheres vítimas de violência foram atendidas presencialmente ou de forma emergencial.

Desde abril, quando foi adotado o acolhimento virtual em razão da pandemia de covid-19, até os primeiros dias de outubro, o total chega a 472 mulheres, incluindo as que foram recebidas esta semana na instituição.

“Nossa proposta é acolher, ouvir e depois dar a assistência necessária para essas mulheres, seja na área jurídica, levando elas à delegacia para denunciar, ou no âmbito psicológico, com terapias ou assistência social”, reforçou a advogada do Chame, Nanníbia Cabral.

A nova estrutura do centro possibilitou melhorias no atendimento presencial, com a implantação da sala de escuta destinada à vítima de violência doméstica e da brinquedoteca para quem chega com filhos. O Chame coloca à disposição das vítimas uma equipe multidisciplinar com advogadas, psicólogas e assistentes sociais, de maneira gratuita.

“Primamos por um momento acolhedor para a mulher e o filho. A brinquedoteca é primordial nesse atendimento, pois não é recomendável que a criança escute toda a história de tensão que a vítima viveu. Muitas vezes, ela já presenciou as agressões”, explicou a diretora do Chame, Ana Paula Dias.

O Centro Humanitário oferece ainda tratamento e ressocialização aos agressores, por meio do Núcleo Reflexivo Reconstruir. Ana Paula ressaltou que a identidade da vítima é totalmente preservada e as ações promovidas pela Procuradoria Especial da Mulher encorajam mais mulheres a denunciarem violações de direitos humanos dentro de casa.

O Chame funciona das 8h às 17h30, sem intervalo para o almoço, na sede localizada na Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida. O acolhimento via Zap Chame é feito 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana e feriados, por meio do número (95) 98402-0502.

Tipos de violência

A violência contra a mulher não se limita a agressões físicas; xingamentos, difamação, gritos e ameaças também causam traumas às mulheres. Conheça um pouco mais sobre os principais tipos de violência, conforme a Lei 11.340/2006 (Maria da Penha):

Física: qualquer conduta que fira a integridade corporal, estrangulamento, empurrões e afins;

Psicológica: atitudes que perturbem o emocional, diminuam a autoestima ou tentativas de controle sobre as crenças e decisões da mulher;

Sexual: quando a mulher é obrigada a manter relações sexuais contra a própria vontade ou é impedida de usar métodos contraceptivos;

Patrimonial: qualquer conduta a fim de controlar o dinheiro da mulher, de privá-la de bens, valores ou recursos e causar danos de propósito a bens pessoais;

Moral: expor a vida íntima, fazer acusações e críticas de juízo moral.


Advogada do Chame, Nanníbia Cabral (Foto: Marley Lima / SupCom ALERR)