A Embaixada do Brasil na Venezuela fechou suas portas nessa quinta-feira (16). Antes disso, o Consulado-Geral em Caracas e os três vice-consulados em território venezuelano já tinham encerrado as atividades no último 27 de março.
Embora a decisão tenha sido tomada em fevereiro deste ano, a situação da pandemia gerada pela covid-19 não alterou os planos do Itamaraty.
Brasileiros que trabalhavam no país vizinho, informaram a FolhaBV que 46 pessoas, de todos os consulados e embaixadas brasileiros na Venezuela, foram demitidas de suas funções com a medida.
“Trabalhei por nove anos no vice-consulado brasileiro em Santa Elena de Uairén e fui demitida no meio dessa pandemia, sem nenhuma consideração. Pagaram o que quiseram em bolívares, quando sempre recebi em dólares. Me fizeram assinar um documento dizendo que não poderia pedir pra voltar ao trabalho se algum dia o vice-consulado abrir novamente, e que a demissão foi de mútuo acordo, quando na verdade fomos demitidos injustamente”, afirmou uma brasileira que preferiu não se identificar.
Ela contou ainda que, a partir de agora, brasileiros que moram na Venezuela ficarão sem nenhuma assistência.
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“Em Santa Elena e nos garimpos do sul da Venezuela têm muitos brasileiros que ficaram sem nenhuma representação. Muitos brasileiros idosos que moram aqui na Venezuela há vários anos, que não querem voltar ao Brasil porque aqui eles têm suas casas e não têm condições de ir pro Brasil pagar aluguel”, pontuou.
Em uma rede social, o senador Telmário Mota (Pros/RR) se manifestou sobre o assunto.
“Recebo com indignação e dor a notícia de que o Itamaraty fechou as portas dos consulados na Venezuela, em plena crise do coronavírus, abandonando a própria sorte, os nacionais que lhe incumbe constitucionalmente proteger. Crime de responsabilidade Ministério das Relações Exteriores?”, questionou o senador.
Em outra publicação o senador cobra uma solução urgente para o caso.
“Em tempo de pandemia, o ministro Ernesto Araújo pratica política ideológica. Fechou a embaixada e consulados do Brasil na Venezuela. Demitiu 46 funcionários, sem seus direitos trabalhistas. A ação deixa milhares de brasileiros sem nenhuma assistência. Exigimos uma solução”, reforçou Telmário Mota.
