A Embrapa Roraima apresentou novas tecnologias para aumentar ainda mais a produtividade na colheita de soja no Estado, que já é uma das maiores do Brasil, com aproximadamente 2.500 quilos por hectare. A apresentação aconteceu durante a 3ª Reunião de Tecnologias para a Cultura da Soja no Cerrado de Roraima, evento que aconteceu nesta terça e quarta-feira, no auditório da própria empresa, com a participação de aproximadamente 130 produtores e pesquisadores da região e da Venezuela.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Roraima, Otoniel Duarte, o objetivo foi reunir informações técnicas relacionadas ao cultivo da soja e apresentar novas cultivares recomendadas para Roraima, buscando a incorporação definitiva da região no cenário produtivo agrícola brasileiro. “Nestes dois dias, foram apresentadas palestras por técnicos da Embrapa local e convidados de outros órgãos que trataram de temas estratégicos para alavancar a sojicultura no Estado, e os venezuelanos”, disse.
Entre os temas abordados, Otoniel Duarte destacou: os aspectos da correção do solo e da adubação química na produção da soja; principais características agronômicas das novas cultivares de soja disponibilizadas para Roraima; proposta de redução dos custos dos insumos para região Norte do Brasil; tomada de decisão em manejo integrado de pragas; metodologia para estimar o custo de produção de soja e milho; e o contexto territorial do uso, ocupação e atribuição das terras para desenvolvimento agropecuário.
Foram abordados temas desde a parte de logística, comercialização e preços, até o lançamento de novos materiais mais produtivos e resistentes a doenças. Entre as novas cultivares apresentadas de soja para serem utilizadas no Estado este ano, estão as sementes BRS 8581, BRS 8780, BRS 9180 IPRO, BRS 9383 IPRO, todas desenvolvidas pela Embrapa Roraima.
“Vamos saber qual é a melhor para o cerrado a partir de agora, com o plantio deste ano, até em função das características de cada propriedade. Cada produtor vai perceber nas novas variedades o que cada uma tem de melhor para ele, diante de características distintas de cada variedade”, explicou. Atualmente, a variedade utilizada em Roraima é a BRS Tracajá, também da Embrapa, por ser produtiva e adaptar-se muito bem às condições de solo e clima do Estado, principalmente para áreas de abertura de cerrado.
Roraima dispõe de todas as condições para ampliar os investimentos na cultura da soja e citou a luminosidade do dia ser maior que no restante do País, o que acarreta em maior produtividade por hectare plantado e teor de óleo e de proteína também maior que em outros estados.
“Além de termos uma posição geográfica privilegiada que nos permite, em tese, tirar essa soja via Venezuela ou Guiana, estaremos muito próximos dos mercados europeu, americano e asiático. O que precisamos é de investimentos em infraestrutura rodoviária, armazenamento e de garantia de acesso a um dos portos de escoamento da Guina ou Venezuela”, frisou Duarte.
Ele informou que, em 2015, o Estado plantou aproximadamente 25 mil hectares de soja, com produtividade média de 2.500 a 3.000 quilos de grãos por hectare. Para este ano, estima-se uma área cultivada de 30 a 35 mil hectares de soja (dados não oficiais), com uma média de produtividade de 3.500 a 4.000 quilos de grãos por hectare.
“No campo experimental da Embrapa, chegamos a produzir pouco mais de 5.000 quilos por hectare, mas isso numa área menor onde o cuidado é maior. Já em grandes áreas, a tendência é essa produtividade cair um pouco devido a irregularidades do terreno, mas podemos afirmar que, com essas novas variedades que estamos laçando, vamos dar um salto quantitativo e qualitativo muito interessante”, disse. (R.R)