Empresa denuncia atrasos em pagamentos da SESAU e dificuldades para manter limpeza nos hospitais

A Folha procurou a Secretaria de Saúde (Sesau) e aguarda retorno.

Secretaria Estadual de Saúde (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV/Arquivo)
Secretaria Estadual de Saúde (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV/Arquivo)

Após uma breve paralisação dos funcionários da Hainplan, empresa responsável pela limpeza e conservação de diversas unidades de saúde em Roraima, a empresa procurou a FolhaBV para denunciar atrasos em pagamentos por parte da Secretaria de Saúde (Sesau). De acordo com Uelliton Lacerda, advogado da Hainplan, a SESAU está inadimplente, comprometendo a prestação dos serviços essenciais.

Os servidores do Hospital Geral de Roraima (HGR) e do Hospital das Clínicas paralisaram as atividades na terça-feira (7), mas retomaram o trabalho após a promessa de pagamento. No entanto, o advogado afirmou que a empresa não possui recursos suficientes para quitar os salários dos funcionários.

“A Sesau está inadimplente com a Hainplan pelos serviços de limpeza e conservação prestados no Hospital Geral de Roraima, Hospital das Clínicas, Hospital Coronel Mota e Policlínica Cosme e Silva, além de todas as unidades de saúde do interior do Estado”, afirmou Uelliton Lacerda. Ele ressaltou que, apesar dos atrasos nos pagamentos referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2024, a Hainplan continuava pagando os funcionários.

“Apesar do não pagamento de todos os meses que informei, a Hainplan é e foi a única empresa do Estado que sempre pagou os salários em dia de todos os funcionários, ainda que não houvesse a contraprestação por parte da secretaria”, declarou Lacerda.

Segundo ele, a empresa protocolou inúmeros ofícios de cobrança, mas recebeu respostas genéricas. “Importante esclarecer que foram incontáveis os Ofícios de Cobrança que foram protocolados na Sesau e que pouco foram respondidos, apenas com respostas genéricas”, disse. Ele acrescentou que os serviços não podiam ser paralisados devido à natureza essencial do trabalho. “Os serviços não podiam ser paralisados porque a empresa seria mais penalizada ainda por ser trabalho de natureza essencial”, explicou.

O advogado destacou ainda as dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa. “A folha de pagamento mensal da Hainplan é milionária e só conseguimos honrar com o pagamento dos funcionários por meio de empréstimos bancários e até venda de bens pra evitar o atraso nos salários, visto que os funcionários seriam os mais prejudicados pelo descaso da secretaria”, afirmou Lacerda.

Diante da situação, o advogado informou que caso o pagamento não seja efetuado, os servidores poderão retomar a paralisação nos serviços de limpeza e conservação.

Outro lado

A Folha procurou a Secretaria de Saúde (Sesau) e aguarda retorno.