Cotidiano

Empresa que fornece comida ameaça suspender serviços a partir de hoje

Governo não paga fornecedora desde maio e dívida acumulada em R$ 500 mil impede que empresa continue prestando o serviço

A empresa responsável pelo preparo das refeições dos detentos que cumprem pena na Cadeia Pública de São Luiz do Anauá, Sul do Estado, irá paralisar os serviços a partir de hoje. Um funcionário da firma, que preferiu não se identificar, disse que a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) não cumpre com o pagamento pelos serviços prestados desde o mês de maio deste ano e que a dívida já ultrapassa a quantia de R$ 500 mil
Conforme o representante da empresa, o contrato assinado com o Governo do Estado determina que sejam servidas 100 marmitas em cada uma das três refeições diárias. Porém, desde que o contrato foi firmado, a população carcerária daquela unidade aumentou. “Utilizamos o bom senso e acompanhamos este acréscimo. Hoje, servimos cerca de 120 refeições, que são distribuídas entre os presos, policiais militares, agentes plantonistas e demais funcionários”, explicou.
Segundo o relato do funcionário, a Sejuc, pasta responsável pelo sistema prisional do Estado, já atrasou pagamentos anteriormente, porém a situação nunca se estendeu por mais de dois meses. “Não temos mais condições de manter a empresa em funcionamento. O governo já nos deve R$ 519 mil. As despesas são grandes e a falta de pagamento impede a execução dos serviços”, disse.
Devido aos consecutivos atrasos, a empresa resolveu paralisar os serviços. Conforme o funcionário, a partir de hoje as três refeições não serão mais servidas na unidade prisional. “Estamos tomando esta atitude para ver se a Sejuc efetua os pagamentos. Nenhuma empresa funciona sem dinheiro. Nossos impostos e funcionários precisam ser pagos”, frisou.
SEJUC – A Folha entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania para saber que providências serão tomadas, já que a empresa responsável pelas refeições na Cadeia Pública de São Luiz decidiu paralisar as atividades. Não houve retorno até o fechamento desta edição. (I.S)