Cotidiano

Empresária dribla a crise e inova para se manter no mercado

Com a pandemia, a empresária Cilene Araújo passa por perrengues, mas para salvar seu negócio colocou em prática um plano para permanecer no mercado

O funcionamento de 5,3 milhões de pequenas empresas no Brasil, o que equivale a 31% do total, mudou com a pandemia de coronavírus. Outras 10,1 milhões, ou 58,9%, interromperam as atividades temporariamente. É o que mostra a segunda edição da pesquisa O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae, ano passado.

O atual momento é ruim para todos, principalmente para os empresários que, para se manter no mercado, tiveram que se reinventar, mesmo após adotar medidas extremas para não chegar a fechar o negócio. 

E com a empresária Cilene Araújo, que aluga roupas masculinas para eventos como casamentos, formaturas, aniversários, não foi diferente. Com a pandemia ela passou perrengues, mas para salvar seu negócio colocou um plano em prática.

“Antes de tudo isso, eu tinha 16 funcionários diretos, alugava 70 conjuntos por mês, e durante a pandemia não consegui alugar nada. Pelo contrário, tive prejuízos porque os clientes desistiram e pediram dinheiro de volta. Alguns deles entenderam o momento e ficaram com crédito na empresa, que fechei e demiti funcionários”, contou Cilene. 

A empresária disse que em 2019 tinha planos para abrir uma mini fábrica para confecção de uniforme militar e escolar. “Com a pandemia, então coloquei em prática essa ideia e no início do ano passado comprei os equipamentos”. 

“Quando abri contratei nove funcionários. Mas foi difícil entrar nesse mercado, devido as empresas já existentes, com nomes já consolidados. A maior demanda por uniforme é para a construção civil. E com persistência venho me mantendo no mercado”, ressaltou.

Do Maranhão para Roraima

Cilene Araújo é da cidade de Porção de Pedras, no Maranhão, e veio com os pais para Roraima em 1978 com quatro anos de idade, quando moraram no município de Rorainópolis.

Com oito anos foi morar com uma família, quando começou a estudar, mas também cuidava da casa. Depois de um tempo, veio para Boa Vista e aqui trabalhou em várias lojas. Em 2012 passou no vestibular para cursar Contabilidade.

Durante o curso, apresentou um projeto em que precisou montar uma empresa, quando fez estudo de mercado para saber a viabilidade do negócio.

“Aproveitei essa oportunidade e a partir daí decidi o que eu queria fazer. Ser empreendedora do segmento era moda masculina. Em 2014 abri uma empresa, era pequena, mas quatro anos depois, devido a demanda, precisei de um espaço maior”, contou Cilene.

A escolha do curso de contabilidade foi por ter trabalhado em grandes empresas em Boa Vista. “Esse área abre um leque para a economia e para a administração. Mas sempre digo que um economista ou administrador nunca serão contadores”, destacou a empresária.