Cotidiano

Empresário e oleiro resistem à crise na construção civil e voltam a produzir

O setor da construção civil foi um dos mais atingidos pela crise financeira do País, mas quem não desistiu hoje comemora as boas vendas

O ano passado foi de crise para o setor da construção civil, mas a produção de tijolos e telhas em Roraima ganhou fôlego no começo deste ano, as vendas aumentaram e oleiros e donos de cerâmicas que permaneceram no ramo hoje têm motivos para comemorar.

“Passamos por um tempo difícil, muito difícil ano passado, com a forte crise econômica. Sem dinheiro ninguém constrói. Então, nossa produção caiu pela metade e ficamos no ‘vermelho’. Mas quem persistiu no ramo, quem acreditou na recuperação do setor, hoje comemora com o aquecimento nas vendas”, ressaltou Rômulo Duarte, de 56 anos, dono de uma cerâmica no Distrito Industrial, no bairro Governador Aquilino Mota Duarte, zona Sul da Capital.

A produção artesanal, principalmente de tijolos e telhas, voltou a todo vapor no Distrito Industrial. A média de produção do tijolo em cada olaria da Capital é de 25 milheiros por mês. Segundo o empresário, isso pode ser um indicativo de que as coisas começaram a melhorar. No auge da crise, relembra Rômulo Duarte, o milheiro do tijolo chegou a custar R$ 230, mas agora, com a crescente demanda, sai a R$ 260.

“Produzia uma média de dez milheiros por mês, mas agora a produção chegou a 30 milheiros. A matéria-prima, o barro, voltou a ser abundante e isso também fez aumentar a produção”, explicou o empresário.

Nas pequenas olarias, a produção também aumentou. O oleiro Raimundo Francisco de Assis, de 51 anos, morador do bairro Nova Cidade, zona Oeste, confirmou as boas vendas e disse que atualmente o setor está aquecido. Há sete anos na profissão, ele produz tijolo e assim vem conseguindo sustentar mulher e seis filhos.

“Hoje todo tijolo que faço já é encomendado. Meu filho mais velho teve que me ajudar para eu poder dar conta do serviço. Espero que continue assim. O trabalho é pesado, mas a gente ganha um dinheirinho que dá para viver bem”, comentou o oleiro, sorridente.

Donos de lojas de materiais de construção também sentiram que as vendas melhoraram neste começo de ano. Eles comemoram um aumento nas vendas de quase 10% em relação ao mês anterior, mas esperam que o setor aqueça ainda mais. Comerciantes até baixaram o preço do tijolo e do cimento para driblar a crise que abateu o setor da construção civil. (AJ)