O empresário Rodrigo Martins de Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, que foi alvo de diversas operações da Polícia Federal em Roraima nos últimos anos, fechou todos seus empreendimentos no Brasil e os instalou na Guiana. Em entrevista à FolhaBV, nesta quarta-feira, 10, o empresário afirmou que a decisão foi tomada após se sentir perseguido pelas autoridades brasileiras.
“Aqui no Brasil tudo que traz riqueza para o povo sofre muita perseguição, e por conta disso, eu resolvi ir investir na Guiana, e atualmente estou com a empresa de mineração sendo instalada lá, fornecendo serviços com a empresa de poços artesianos para o governo guianense, e realizando os transmites para a instalação da empresa de aviação”, disse Cataratas.
Rodrigo Cataratas é réu em cinco processos ligados ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. “Estou me defendendo das acusações que estes processos contém e estou tentando continuar o meu trabalho, mas agora fora do meu país”, acrescentou.
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Segundo Cataratas, atualmente ele possui mais de 100 funcionários na Guiana e que 70 % desse total são guianenses. “Eram empregos que estavam sendo gerados aqui e por conta dessa perseguição deixaram de existir, colocando várias famílias em situação de vulnerabilidade”, pontuou.
Sobre rumores de que é pré-candidato ao cargo de vereador em Boa Vista, Rodrigo disse que está estudando a possibilidade junto ao seu partido, o União Brasil. “É uma possibilidade que ainda está sendo amadurecida”.
Ainda segundo Cataratas, o Movimento Garimpo é Legal, do qual é presidente, tenta uma audiência com o ministro Luís Roberto Barroso, onde pretende levar pautas relacionadas ao garimpo em Roraima. “Hoje é 100% para os índios e zero para os brancos, então queremos levar essa nossa visão do país vizinho de que é possível minerar sem degradar. Queremos um pedaço de terra para poder minerar legalmente”, afirmou.
Sobre o retorno ao país com seus negócios, Cataratas disse que é um sonho, mas que pretende manter mesmo assim os seus negócios na Guiana. “Pretendo manter minhas empresas lá se as Ongs não tomarem de conta lá, como ocorreu aqui, mas é um sonho retornar ao meu país para gerar empregos e riquezas”, concluiu.