Empresários de Roraima afetados pelas atuais condições precárias da BR-174 se uniram para formular documento em que pedem a recuperação da rodovia no trecho entre o rio Alalaú, na divisa com o Amazonas, até a zona urbana do município de Presidente Figueiredo, no Estado vizinho. A via é a única que liga Roraima a outras regiões do Brasil.
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No documento, que será enviado ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (DNIT), ao governador Antonio Denarium (Progressistas) e outros políticos do Estado, eles também solicitam a poda das árvores com abertura mínima de cinco metros na área de domínio da rodovia, principalmente no trecho que fica dentro da Terra Indígena Waimiri Atroari.
Ademais, o grupo pede que seja amenizado ou desviado o curso da ladeira conhecida como Maria Ceará, conhecido por ser um trecho em que a incidência de acidentes é maior. O pedido deve ser protocolado nesta quarta-feira (23).
Além de empresários do ramo de transportes, construção e bebidas, o documento tem a assinatura de representantes de cooperativa e sindicatos que representam os setores de comércio de combustível, transporte e construção pesada (que é focada em grandes obras).
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte do Estado de Roraima, Valdir Peccine, afirmou que a situação da rodovia tem elevado os custos de viagem. “A gente sente no bolso o que está acontecendo e não é pouco. Todos os caminhões, quanto chegam de viagem, precisam de, pelo menos, dois dias de revisão”, pontuou.
A situação é mais arriscada para quem transporta combustíveis, como diz o presidente do Sindipostos-RR (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Roraima), José Neto, que criticou as autoridades pela demora em procurar uma solução para a BR-174. “Oitenta por cento do combustível vendido em Roraima vem de Manaus. Os caminhões estão diuturnamente trafegando pela BR e nós transportamos um produto perigoso. Com esse aumento do risco, nós temos uma incidência no custo do frete, aumenta o valor do seguro, o custo de manutenção, o consumo do combustível do transporte. Isso se reflete ao final pro custo do produto”, explicou.
“Temos ainda o risco ambiental. Um acidente desse, com uma carga perigosa, dependendo do porte da empresa, tira ela de operação, porque as multas são muito altas”, explicou.
Além de endossar o documento, o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Roraima, Remídio Monai, vai pedir a colocação de uma balança para pesar as carretas no lado amazonense. Para ele, a falta desse controle contribui para a atual condição da rodovia. “A estrada se arruinou de um jeito que tem dias que os ônibus precisam ser puxados para passar por lá. Isso tem aumentando a duração da viagem. Informações extraoficiais são de que, nos últimos cinco meses, aconteceram 11 acidentes naquele trecho. Isso nos preocupa, pois transportamos vidas”, disse.