Além do pânico causado pelo Coronavírus, um grande temor em relação a economia do país está afligindo a classe empresarial. De acordo com o Presidente da Câmara de Comércio Brasil/Guiana e Presidente do Conselho dos Empresários do Distrito Industrial de Roraima, Remidio Monai, além das medidas de saúde, é necessário também uma preocupação com a classe empresarial, bem como os colaboradores e suas famílias que vivem o momento de incerteza causada durante a crise do coronavírus.
“A pandemia do Covid-19 evidencia por outro lado, como estamos com nosso sistema de saúde frágil, sem UTI, respiradores, EPI, com a falta até de álcool em gel. Os governos estão se mexendo, aportando recursos, gastando nossas reservas e colocando a população em quarentena. Isso é necessário neste momento, mas quem vai pagar essa conta? Se além de gastar, não estivermos produzindo, com tudo parado, como poderemos pagar os salários, os fornecedores e os impostos devidos? Como será o futuro próximo sem atividade industrial e comercial? A situação pode se agravar a ponto de não termos mais recursos para a saúde, segurança, educação e ação social” relatou.
Monai solicita que após passado o prazo de publicação dos respectivos Decretos Estadual e Municipal, que seja tomado o isolamento social das pessoas vulneráveis incluídas no grupo de risco, e que os demais saudáveis retomem o trabalho gradativamente.
“É uma maneira de garantir as atividades das empresas e seus empregos, gerando renda para si e para os que não podem trabalhar. Deste modo, fazendo a economia girar estaremos ajudando o governo a se manter forte para cuidar do seu povo” explicou.
Sobre o assunto, o Presidente da Federação do Comércio de bens, serviços, e turismo do Estado de Roraima, Ademir Santos também se posicionou.
“A Fecomércio apoia a reabertura do comércio, com a restrição do grupo de risco e ação por parte das empresas na preservação da saúde dos trabalhadores e consumidores. Sugerimos diminuir a capacidade de atendimento, manter distância de dois metros, disponibilizar EPI e álcool em Gel para higienização” afirmou.
Em nota, a Federação da Indústria Estadual de Roraima, informou que assim como a Confederação Nacional da Indústria, entende que é preciso encontrar uma alternativa que garanta a integridade e segurança dos trabalhadores e clientes das empresas, ao mesmo tempo em que seja possível manter a continuidade das atividades.
“Estamos orientando as indústrias a seguirem as recomendações e determinações dos decretos estadual e municipal, no entendimento jurídico de que a norma específica tem prevalência sobre a norma geral. Ainda assim, estamos trabalhando em conjunto com as demais entidades para enviar uma proposta ao Governo do Estado e Prefeitura de Boa Vista, no sentido de flexibilizar a forma de funcionamento das empresas locais, com a adoção de várias medidas de proteção e prevenção, até porque as empresas serão fundamentais para a retomada da economia quando a situação de emergência for revertida” relatou.
CORONAVÍRUS: Empresária ajuda colegas a lidar com o stress da crise
A empresária Thaine Malinowski, responsável pela Moderlat Estética, optou por transformar a experiência de ter que fechar as portas por conta do Coronavírus em algo útil e proveitoso, especialmente, para outros empreendedores que estão enfrentado desafios semelhantes ao seu.
“Eu comecei a ver o desespero de outros empreendedores de acharem que vão passar fome, que vão falir, que vão ter que demitir seus funcionários porque não sabem como conduzir essa situação. Como eu já passei por muitas situações difíceis na minha vida, me prontifiquei de maneira gratuita a ajudar”, explicou.
Thaine lançou a ideias nas suas redes sociais e até o momento conseguiu a adesão de mais de 50 empreendedores. A ação é nacional e o grupo conta com a participação de empresários de Boa Vista, Manaus e até de Minas Gerais que atuam em diferentes segmentos.
“Sei que quando a gente está apreensivo não consegue pensar, pode ter ansiedade e isso pode gerar uma depressão. Mas, eu sempre fui muito resiliente e desenvolvi um olhar diferenciado. Assim, quem está de fora consegue olhar a situação de uma maneira mais tranquila. Então através de perguntas, como se fosse um estímulo de coach, a gente consegue fazer a pessoa envolvida na situação a ter novas ideias”.
Para ajudar, ela organizou os empreendedores que aderiram à proposta em grupos de atividades semelhantes. O trabalho começou neste domingo (22), com Thaine estimulando os participantes a manter uma rotina e principalmente, a buscar uma alternativa viável para se manter nesse período em que o atendimento físico aos clientes está suspenso.
“Nossa empresa não está funcionando, mas nós precisamos seguir ativos. Por isso, a importância de manter uma rotina: acordar no horário normal, fazer exercício para reduzir estresse e durante o dia, vamos compartilhando conteúdos de estímulo. Eu trabalho muito com perguntas e a principal delas é pensar como o meu negócio pode continuar funcionando mesmo neste momento. Então, lanço atividades como “liste formas de ganhar dinheiro on line com o seu negócio” e a partir daí, vamos construindo soluções juntos”.
Ela mesma precisou se reinventar diante da necessidade de suspender o atendimento aos seus clientes. “Eu trabalho com um serviço que está descrito no decreto municipal, então eu também tive que fechar as portas. Hoje, não tenho como vender meus serviços, mas eu tenho produtos. Então, vamos em ações que as pessoas possam fazer em casa. Vamos criar consultoria para pessoas que querem fazer exercícios, com um profissional de educação física para gravar, vamos ter fisioterapeuta ensinando automassagem e vender isso em combos com os nossos produtos. Estamos criando formas para que as pessoas possam utilizar os nossos produtos em casa e que a gente possa sair dessa crise, pagar o aluguel, as contas e principalmente, o salário da nossa equipe”, concluiu a empresária.
Para saber mais sobre essa inciativa acompanhe as redes sociais da Thaine e da Moderlat Estética. Basta seguir os perfis no Instagram: @thaine_malinowski e @modelart_estetica.