Mesmo com seca no Amazonas

Empresas descartam desabastecimento de combustíveis e energia em RR

Estiagem severa no Amazonas tem feito embarcações com cargas cancelarem ou atrasarem viagens, mas o fornecimento está garantido até o momento

Vista aérea da refinaria de Manaus (Foto: Petrobras)
Vista aérea da refinaria de Manaus (Foto: Petrobras)

A Refinaria da Amazônia (Ream) e a Roraima Energia descartaram desbastecimento de combustíveis e energia para Roraima mesmo com a seca severa que atinge o Amazonas e tem feito barcos e navios cancelarem ou atrasarem viagens por conta do baixo nível dos rios no estado vizinho.

Em nota a Folha BV, a distribuidora Atem, que administra a refinaria após privatização concluída em novembro do ano passado, informou que, mesmo em meio às dificuldades impostas pela estiagem, está conseguindo atender, até o momento, todas as regiões, incluindo Roraima.

“As operações estão sendo acompanhadas dia a dia, conforme o nível da vazante. Informa ainda que também faz parte de grupos de trabalhos que envolvem representantes municipais, estaduais e federais, onde, além do acompanhamento da vazante, estão sendo estudadas medidas para que não haja desabastecimento na região”, informou a empresa em nota.

Já o presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Roraima (Sindipostos-RR), João Victor Kotinski, afirmou não ter recebido informações sobre um possível desbastecimento de combustíveis em razão de atrasos nos transportes de cargas. “Até o presente momento não recebemos nenhum informativo sobre algo do tipo vindo das distribuidoras ou refinaria”.

Energia

O diesel também é usado para abastecer as usinas termelétricas que fornecem energia a Roraima, único estado fora do Sistema Interligado Nacional (SIN). Apesar disso, a Roraima Energia também informou a Folha BV que, até o momento, não há risco de impacto no abastecimento à Roraima.

“Estamos em contínuo monitoramento do assunto junto ao fornecedor de combustíveis. Adicionalmente informamos que o Ministério de Minas e Energia (MME) também está acompanhando a situação da navegabilidade dos rios da Amazônia”, complementou a empresa em nota.

Crise

Nessa quarta-feira (11), a coluna Parabólica, da Folha BV, já havia antecipado que a falta de navegabilidade dos rios Amazonas, Negro e Madeira vai aumentar a demanda por carretas para fazer o transpor rodoviário pela BR-319, o que pode fazer com que o preço do frete aumente a partir de 15%.

O assoreamento do rio Amazonas, tem feito embarcações cancelarem ou atrasarem viagens. O governo federal anunciou a dragagem (escavação) dos rios, mas o serviço ainda não começou e deve durar pelo menos 45 dias, segundo estimativa oficial.

Os dois trechos com maior dificuldade de navegação são a Enseada do Madeira, no rio de mesmo nome, e no Tabocal (entre as cidades amazonenses de Manaus e Itacoatiara, no rio Amazonas). No último dia 27 de setembro, o governo federal anunciou obras de dragagem nesses dois locais e em um terceiro, no rio Solimões, entre Tabatinga e Benjamin Constant.

Anunciados há duas semanas, quando o Ministério dos Transportes assinou o contrato, os serviços de dragagem dos rios ainda não começaram. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), as máquinas já estão no local, mas ainda aguardam o trabalho de batimetria (medição da profundidade do rio), que não começou.