Encontro internacional debate potencialidades da piscicultura

Promover a difusão tecnológica e modelos inovadores de gestão para o desenvolvimento e qualidade da criação de peixes no Estado é o objetivo do Fórum das Federações de Classes Empresariais de Roraima, que está promovendo pela primeira vez, no Estado, as ações do Encontro Internacional de Piscicultura de Eficiência.

Reunindo pouco mais de 300 pessoas, entre piscicultores, pesquisadores, professores e estudantes de cursos com relação direta e indireta na criação de peixes, a programação do evento foi iniciada na manhã de ontem, 19, no auditório do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Roraima (Sebrae-RR), no bairro São Francisco, zona Norte da Capital.

Conforme a superintendente do Sebrae Roraima, Luciana Surita, a ideia é apresentar ao público alvo uma série de medidas que auxilie tanto na produtividade da produção dos piscicultores do Estado quanto na qualidade do pescado que chegam à mesa do consumidor. “A piscicultura hoje é um dos grandes vetores da economia do Estado. É um evento totalmente inovador, diferenciado, pois não só aborda os fundamentos técnicos da piscicultura, mas também o conhecimento prático, por meio da experiência de vários especialista. Essa troca de conhecimento propicia que boas práticas possam ser implantadas aqui, ajudando assim no desenvolvimento desse setor aqui em Roraima”, destacou.

Durante a programação do primeiro dia, vários assuntos foram debatidos, no entanto, o destaque ficou por conta da palestra “Sistema Intensivo de Cultivo do Tambaqui”, ministrada pelo pesquisador sênior da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Antônio Izel. “A piscicultura é uma atividade promissora, de alta rentabilidade, e que produz proteína de excelente qualidade. Hoje, já existem algumas práticas que possibilitam uma produção de peixes quatro vezes maior do que é colhido atualmente e, nesse sentido, o Estado de Roraima apresenta ótimas características para desenvolver economicamente esse setor”, frisou.

Referência no setor da piscicultura no Estado, o empresário Aniceto Wanderley ressaltou que a atividade tem sido uma das molas propulsoras da economia do Estado, já que além de ser uma geradora de empregos diretos e indiretos, ela também é responsável por fortalecer outras áreas, como as de produção de grãos.

“Isoladamente, a produção de soja não consegue gerar muitos empregos, mas a partir do momento que se produz o farelo do grão e esse produto passa de proteína vegetal para proteína animal, isso não só vai fortalecer a compra de grãos para virar ração, mas também vai fazer com que haja uma geração maior de empregos diretos e indiretos. Fora que atualmente esse setor é responsável por produzir, em média, de 15 mil a 20 mil toneladas de peixe, o que é bastante expressivo para o país”, complementou.

EXPERIÊNCIAS – Para o último dia do encontro, a programação será voltada à troca de experiências, por meio de cases de sucesso não só dentro do país como em outros países. A primeira palestra do dia, prevista para as 08h30, será com o empresário e CEO da empresa AquaGen, da cidade de Londrina (PR), Ricardo Neukircher. Ele falará sobre o “Melhoramento Genético de Peixes no Mundo”. Às 10h30, será a vez da apresentação de Bennie Hildebrand, dono de uma das maiores empresas produtoras de peixe da cidade de Campo Nove, no Paraguai.

Às 14h30, as atividades continuam, com a palestra do empresário e proprietário da Indústria Rações Criação, Aniceto Wandeley, que abordará os princípios básicos de funcionamento do “Centro Tecnológico de Aquincultura”. Fechando as atividades, às 16h30, haverá a apresentação do case de sucesso de Miguel Gerula, principal referência na criação de peixes na Argentina.

FÓRUM – Criado com a finalidade de fortalecer os setores empresariais do Estado, o Fórum das Federações de Classes Empresariais de Roraima é composto pela Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (Faer), Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Roraima (Facir) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Roraima (Fecomercio) e o Sebrae.

Segundo o Fórum, somente o setor do comércio é responsável por 42% da arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), sendo responsável ainda pela geração de 62 mil empregos diretos e indiretos. (M.L)