Cotidiano

Encontro reúne mães que perderam filhas, vítimas de violência doméstica

Encontro será neste sábado, a partir das 18 horas, na Praça do Centro Cívico, onde haverá várias ações para o público

Com o objetivo de promover ampla discussão sobre a importância do envolvimento da sociedade no combate à violência doméstica contra a mulher, será realizado neste sábado, a partir das 18 horas, na Praça do Centro Cívico, o 1º Encontro de Mulheres que Perderam suas Filhas por Violência Doméstica.

A ação foi idealizada por Socorro da Silva, uma dona de casa que perdeu de forma trágica a filha, Janaína Vieira Mota, de 30 anos. O crime ocorreu no dia 26 de abril de 2014, na Rua Pará, no bairro dos Estados, zona Norte da Capital.

 “Eu estaria mentindo se afirmasse que essa é uma dor que sara com o tempo. Muito pelo contrário, essa é uma ferida que nunca vai se curar. No entanto, eu fiz desse capítulo doloroso uma forma de poder ajudar outras mulheres que também passam por esse problema, seja ela uma vítima de violência ou uma mãe, filha ou irmã que tenha perdido um ente querido nessa situação”, comentou.

Inconformado com o término do casamento de 10 anos, o tenente da Polícia Militar, Gilberto Vieira da Costa, de 51 anos, desferiu vários tiros em Janaína. Na época, os dois estavam separados há dois meses e, segundo familiares, o policial vinha fazendo ameaças a ex-esposa. Após cometer o crime, Costa acabou se suicidando. O casal deixou uma filha.

“Na época em que isso ocorreu, eu estava morando nos Estados Unidos, pois havia me casado com outro homem e tudo aquilo havia sido um choque para mim. Houve um tempo em que tive que tomar remédios contra a depressão, por conta disso, pois era muito complicado aceitar a forma como a minha filha havia partido”, disse.

Aberto ao público, o evento tem como entidade apoiadora a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), por meio do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), que oferecerá várias ações aos participantes.

“Todas essas ações vêm ajudar a contribuir no enfrentamento da violência contra a mulher, principalmente na conscientização. Só para você ter uma ideia, a Lei Maria da Penha é considerada hoje a terceira lei mais importante do mundo, justamente por esse viés de garantir a proteção da mulher na sociedade. Todos os nossos profissionais estarão envolvidos nesse evento para esclarecer a toda sociedade sobre esse tema que é tão presente e preocupante, que é a violência doméstica”, destacou a advogada do Chame, Sara Patrícia.

Para Socorro, é importante que toda a sociedade esteja empenhada no combate à violência contra a mulher, uma vez que os dados estatísticos de vítimas aumentam a cada ano. “Além de proporcionar um espaço onde as pessoas possam ter a oportunidade de amenizar a sua dor, o encontro tem a finalidade de unir forças contra a violência contra a mulher. A sociedade precisa se empenhar nessa luta, as mulheres não podem se calar diante disso”, disse.

“Hoje, os mecanismos de ajuda à vítima de violência doméstica estão acessíveis e os profissionais bem mais capacitados. Basta apenas que a vítima perca o medo ou a vergonha e realmente denuncie, seja indo diretamente à delegacia ou contando a uma amiga. Precisamos dar um basta nisso”, complementou. (M.L.)