O verão intenso tem impulsionado a alta procura de energia por fonte fotovoltaica como forma de driblar os custo da conta de luz, principalmente pelo uso contínuo de aparelhos de refrigeração. O caminho que muitos dos brasileiros tem optado para ter acesso aos conjuntos de equipamento para a geração da energia solar é por meio da contratação de crédito.
Dados do Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) mostram que a instituição superou, em disponibilização de crédito para esta finalidade, a marca de R$ 1 bilhão de saldo em carteira nos estados de Roraima, Amapá, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Acre, Amazonas e algumas cidades de Goiás. Em todo o País, o saldo passa de R$ 5,8 bilhões.
Um termômetro dessa busca por financiamentos para energia solar é o salto registrado no saldo em quatro anos, quando o valor quadruplicou na região. Passou de R$ 258,1 milhões em 2020 para R$ 1,024 bilhão em 2023, uma expansão de 296%.
Em Roraima, o saldo apresenta evolução expressiva. Registrou R$ 157 mil em 2022 e este ano chegou a R$ 2,414 milhões, incremento de 1.437%. Em todo o País, o crescimento foi de 270,5%, ao sair de R$ 1,588 bilhão em 2020 para R$ 5,885 bilhões em 2023.
Agilidade na análise e concessão do crédito, taxas de juros e prazos atrativos, além de parcerias com fornecedores têm motivado os associados a investirem na geração própria de energia por fonte solar, aderindo também à pegada verde tão fomentada atualmente.
Com o acesso sendo barateado, a energia solar traz como benefícios a redução de até 95% na conta de luz, usinas com tempo de vida útil de aproximadamente 25 anos, além de ser uma fonte de energia renovável.
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL
A geração de energia elétrica por fonte solar está em expansão no Brasil, com perspectivas bem favoráveis para os próximos anos. Proveniente de uma fonte renovável e inesgotável de energia, não é poluente, exige pouca manutenção em suas centrais de produção e já é a 2ª principal matriz energética brasileira, respondendo por 15,4% da geração, atrás apenas da hídrica que detém 50,1% do volume total de energia gerada no País.
Levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que em setembro, o Brasil tem uma potência instalada de 33,7 gigawatts, sendo 23,364 GW de geração distribuída (69%) e 10,393 GW de geração centralizada (31%). Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a potência instalada era de 18,6 GW, a evolução é de 81%, o que comprova o cenário promissor para este segmento.
Quando considerada a classe de consumo, o levantamento da Absolar indica que as residências detêm a maior fatia da potência instalada, com 11,4 GW (49%), seguidas por comércio e serviços com 6,5 GW (28%), pela classe rural com 3,4 GW (14%), e industrial com 1,6 GW (7,1%). Em número de sistemas, a ordem é a mesma com um total de 2.106 milhões de instalações, sendo 1,652 milhão em residências, 228,4 mil em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, 184,7 mil em propriedades rurais e 34,2 mil em indústrias.
GERAÇÃO POR ESTADO
No ranking estadual de geração distribuída da Absolar, Roraima aparece em 26º lugar, com 36,8 MW (0,2% de participação). As cinco primeiras posições ficam com São Paulo (3.164 MW/13,5%), Minas Gerais (3.141 MW/13,4%), Rio Grande do Sul (2.407 MW/10,3%), Paraná (2.253/9,6%) e Mato Grosso (1.368 MW/5,9%).