Quem mora em Roraima, já deve ter dito que no estado “há um sol para cada cidadão”. E se além de secar as roupas ou dar aquele bronze, o sol ajudar a diminuir os custos com a energia elétrica? A Folha conversou com Ozeias Fernandes, representante de uma empresa que atua com a instalação do sistema de energia solar fotovoltaica, para explicar como funciona e como instalar em casa ou na empresa.
A primeira orientação de Ozeias é que o consumidor pesquise bastante na hora de contratar uma empresa especializada em energia solar. É preciso também analisar as garantias de cada componente, os selos de qualidade dos equipamentos, a procedência e optar por produtos industrializados no Brasil, devido a facilidade e segurança na assistência.
“A energia solar é um investimento justamente por conta do custo baixo de manutenção. São necessárias somente duas limpezas dos módulos por ano, para tirar poeira ou outras coisas que diminuam a eficiência”, explicou.
O cálculo de quantas placas serão necessárias para o cliente, depende do consumo dos equipamentos eletrônicos ou do histórico das faturas de energia, conforme Ozeias. Algumas empresas oferecem a opção de financiamento bancário, parcelamento no cartão e desconto no pagamento a vista.
“A partir desse principio, cria-se uma média anual de consumo, determinando a quantidade de placas necessárias para gerar o que o cliente vai consumir durante o mês. Esse dimensionamento é feito por média, porque nos meses que chovem em Roraima, as placas têm produção abaixo do esperado. Desta forma, vai se gerar mais durante o verão, para cobrir o que não foi gerado durante os dias chuvosos. Aqui no sol, temos em média 5 horas de sol. Então, isso já limita a produção”, salienta.
Após o cálculo da quantidade de placas, Ozeias explica que a empresa monta o projeto elétrico e realiza os trâmites com a concessionária de energia, que deve aprovar a instalação. Geralmente os custos burocráticos já estão inclusos no contrato.
“Todo esse processo, da compra, homologação e instalação, leva em média 90 dias”, complementou.
Conforme Ozeias, na hora de escolher o kit, o consumidor pode escolher entre on-grid, o sistema conectado a rede da concessionária ou o sistema off-grid, que é o sistema sem conexão com a rede da concessionária.
“O sistema on-grid não te permite ter energia quando falta na concessionária, porque é um sistema que toda a energia gerada, é armazenada na rede. Com o sistema off-grid, a energia é armazenada em bateria. Porém, isso eleva em mais de 50% o valor do kit. A outra possibilidade é ter um sistema hibrido, que é a junção do on-grid com o off-grid, que dimensiona a carga que o cliente vai precisar nas horas que ele vai estar sem o abastecimento da concessionária”, detalhou.
O custo elevado do investimento nas placas solares, é compensado com o prazo de eficiência do produto. Conforme Ozeias, no final da garantia, há uma baixa na produção de energia, mas sem reduzir a qualidade das placas.
“O prazo de eficiência de uma placa solar, pelas fabricantes, é de uma garantia de 25 anos de produção. Ao final dos 25 anos, ainda geram 85% de produção. Após esse período, perdem em média, a cada ano, de 3% a 5% da capacidade de geração”, finalizou.