Cotidiano

Enfermagem ameaça parar na sexta-feira

Decisão foi tomada após anúncio do governo de que os trabalhadores da saúde só irão receber o salário depois do dia 10 deste mês

Profissionais da área de enfermagem estiveram reunidos, na manhã de ontem, com membros da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) para cobrar uma resposta do Governo do Estado em relação à recente decisão sobre pagamento de servidores. Conforme o presidente do Sindicato dos Profissionais de Saúde, Roberto Morais, o anúncio feito pelo governo pegou todos os servidores de surpresa, uma vez que, desde administrações anteriores, a categoria vem sofrendo com inúmeros atrasos salariais.
“O sindicato já havia realizado uma assembleia geral, na noite de ontem [dia 02], para tratar de pautas relacionadas a uma série de situações pertinentes ao setor. Na última hora, fomos surpreendidos com a nota enviada à impressa pela Secretaria Estadual de Comunicação sobre o pagamento dos servidores, na qual afirma que o pagamento dos servidores ocorreria na data de hoje [03], com exceção apenas para os trabalhadores da Saúde e a administração indireta, que ficariam para depois do dia 10, em que não se concretiza um dia certo para essa ação”, afirmou.
Segundo Morais, diante da situação, a categoria decidiu que poderá realizar, na sexta-feira, uma paralisação de 24 horas. A intenção é fazer com que o Executivo repense a decisão que afeta várias famílias. “A ação será no dia 06, com início às 07h até as 07 horas de sábado. Hoje pela manhã, nós protocolamos documento na Assembleia Legislativa junto à Comissão de Saúde e encaminhamos o mesmo ofício de paralisação à Casa Civil do Governo. Fomos também à Secretaria Estadual de Saúde protocolar o mesmo documento, quando fomos, inclusive, recebidos pelo secretário Kalil Coelho”, comentou.
“Nós solicitamos da governadora [Suely Campos, do PP] que seja efetuado o pagamento da forma correta. O comunicado de paralisação permanecerá até que seja realizado o pagamento. Caso isso não ocorra até a sexta-feira, a categoria poderá decretar greve até que esse pagamento venha a ser efetuado, juntamente com o anúncio de um calendário oficial com as datas, a fim de evitar que atrasos ocorram de forma suscetível”, complementou o presidente.
Ele afirmou que durante a reunião com secretário da Saúde, ele teria se comprometido com a categoria a conseguir uma resposta junto ao Executivo sobre a situação nesta quarta-feira. Atualmente, o sindicato tem cerca de 1.800 sindicalizados, que, em percentual, representa mais de 50% dos trabalhadores da Saúde.
“Diante da paralisação devido a essa questão de atrasos consecutivos de pagamento, principalmente do pessoal da enfermagem, apenas os atendimentos emergenciais estarão funcionando nas unidades de saúde, correspondendo a 30% apenas do efetivo das escalas. E a coordenação de comando da paralisação e greve estará nas unidades de saúde para garantir que nenhum paciente deixe de ser atendido caso necessite de atendimento emergencial. Mas vale ressaltar que os atendimentos que não se enquadrem como emergência, não serão ofertados. Cirurgias eletivas serão suspensas e o paciente vai ter que voltar para casa, vai continuar esperando enquanto a situação não for resolvida”, frisou.
GOVERNO – Em nota, o Governo do Estado afirmou que parte da folha de pagamento dos servidores da Saúde é efetuada com recursos do próprio Executivo com parcela do Fundes (Fundo de Desenvolvimento da Saúde), que representa 12%. Essa parcela é repassada pelo Fundo Nacional de Saúde, do Governo Federal, sempre no dia 10 de cada mês. (M.L)