Depois da passagem dos ciclones Idai e Kenneth, por Moçambique, em março e abril deste ano, agora é a hora de reconstruir esse país que teve mais de 600 mortos, pessoas feridas e desabrigadas e muitas casas e prédios destruídos. E esse trabalho de reconstrução passará pelas mãos do arquiteto roraimense Rodrigo Ávila, que se encontra em Moçambique incluído no projeto social da organização não governamental Engenheiros Sem Fronteiras e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O trabalho é voluntário.
Ávila é um dos dois brasileiros selecionados para essa missão que conta ainda com mais dois engenheiros dos Estados Unidos e da Nicarágua, que irão ajudar na construção de casas e hospitais em Moçambique. Foram escolhidos em meio a muitos profissionais do mundo e entre os critérios exigidos estavam a disponibilidade de ficar no mínimo um mês em Moçambique e ter mais de 10 anos de formado.
“O PNUD entrou em contato com EWB-USA e solicitou colaboração técnica para apoiar a reconstrução de Moçambique, e fizeram um convite para profissionais do Brasil. Eu me candidatei e fui um dos dois brasileiros escolhidos, o outro é de São Paulo”, disse o arquiteto roraimense. Ele explicou que EWB-USA é uma organização humanitária, sem fins lucrativos, criada para formar parcerias com comunidades em desenvolvimento em todo o mundo, a fim de melhorar sua qualidade de vida. “É um grupo nacional dos Estados Unidos que representa os maiores Engenheiros Internacionais Sem Fronteiras nos Estados Unidos”, contou.
Em Moçambique, o roraimense e o paulista, além dos americanos e nicaragüenses, irão conhecer a realidade do país, verificando as suas necessidades e legislação. “Depois vamos conversar com o governo, por meio de seus ministros, secretários, prefeitos, ONGs, profissionais, conselhos de classe e com a população. A partir daí iremos elaborar um planejamento estratégico, a fim de viabilizar ações que visem construir obras habitacionais, escolares, hospitalar, além de infraestruturas que respeitem o meio ambiente e sejam mais resistentes a furacões e abalos sísmicos”, comentou Ávila.
Rodrigo Ávila apoia ações de ajuda aos imigrantes venezuelanos
Desde 2017, o arquiteto roraimense desenvolve um trabalho em apoio a iniciativas de ajuda aos refugiados venezuelanos. No ano passado, ele e outros colegas de profissão trouxeram o Engenheiros Sem Fronteira para Boa Vista, quando passaram a colaborar com a Operação Acolhida nas ações voltadas tanto aos imigrantes quanto à população carente.
“Por meio da Operação Acolhida apoiamos as agências e forças armadas de forma técnica, fazendo levantamentos, elaborando projetos, estudos, quantitativos, participando de reuniões. Um dos nossos projetos foi adaptar um espaço para fazer uma cozinha industrial no abrigo no bairro Senador Hélio Campos. Mas nossas ações vão além da Operação Acolhida, quando elaboramos, por solicitação do Fórum do Lixo, um espaço para reciclagem de uma associação de catadores. Também damos apoio técnico nas necessidades voltadas à população carente do nosso estado”, ressaltou Ávila, dizendo que nesse mundo todos têm uma missão, e a sua é ajudar o próximo. (E.R.)