A qualidade do ensino médio público caiu em 25 estados, incluindo Roraima. O desempenho nacional do Estado, que foi de 3,4, ficou abaixo da meta estipulada pelo Governo Federal, de 4,2, segundo a principal avaliação educacional do país, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 08.
No Ideb 2015 apenas os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano, antigo primário) conseguiram bater a meta em Roraima (4,9) com o resultado de 5,1. Os anos finais, do 6º ao 9º ano registraram 3,7, bem abaixo da meta de 4,7. A evolução em qualidade nessa etapa ficou abaixo do esperado. Desde que o índice foi criado, os anos iniciais têm apresentado melhor desempenho, e o ensino médio tem tido mais dificuldade de avançar a qualidade.
PARTICULARES – Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostraram um quadro assustador na qualidade do Ensino Médio. Na rede pública, apenas quatro estados conseguiram ficar acima da meta estabelecida. Já entre os colégios privados, apesar de as notas terem sido superiores, apenas Roraima, que atualmente ocupa a sétima posição no ranking, com média 5.6, conseguiu alcançar o objetivo.
SEED – Em entrevista à Folha, o secretário estadual de educação, Emanoel Alves, apontou que é preciso uma reformulação no ensino médio do País. “O MEC está tentando corrigir algumas falhas que estão ocorrendo e aqui no Estado não será diferente. Iremos buscar uma saída para elevar o índice e a melhoria da qualidade da educação”, afirmou.
A proposta para uma reformulação do ensino médio, aliás, já tramita no Congresso, em que visa a flexibilização do currículo (em que os alunos pudessem escolher parte das aulas) e ampliação da carga horária (em direção a uma jornada de tempo integral de 7 horas).
“Para isso vamos valorizar mais os nossos profissionais da educação, por meio de um programa de valorização, assim como buscar um currículo que seja atrativo ao aluno, porque talvez a escola esteja deixando de ser atrativa aos jovens de hoje”, complementou o secretário.
Outra mudança que visa à elevação da qualidade do ensino médio no Estado seria a criação de mais escolas militares. “São duas situações: a questão da disciplina e elevação da qualidade de educação. A escola militar de Roraima foi a que conseguiu melhor índice entre as públicas, assim como as outras duas escolas que foram militarizadas este ano, que certamente terão um índice bem elevado no próximo Ideb”, destacou.
ÍNDICE – O Ideb é um indicador geral da educação nas redes privada e pública. Criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o levantamento leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho na Prova Brasil, em uma escala de 0 a 10.
Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula. Os índices reúnem as redes pública (estadual e municipal) e privada.
A Prova Brasil avalia o desempenho de estudantes em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do ensino médio. O índice é divulgado a cada dois anos e tem metas projetadas até 2022, quando a expectativa para os anos iniciais da rede estadual é de uma nota 6,0. (L.G.C)