Dia Nacional da Equoterapia

Entenda os benefícios da equoterapia para pessoas com deficiência

A terapia com cavalos tem uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação

Atividade estimula a sensibilidade do tato, visual e auditiva, além de habilidades motoras e relaxamento. (Foto: reprodução)
Atividade estimula a sensibilidade do tato, visual e auditiva, além de habilidades motoras e relaxamento. (Foto: reprodução)

A equoterapia ou terapia assistida por cavalos é um método terapêutico que utiliza o cavalo para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais. Neste Dia Nacional da Equoterapia, 09 de agosto, a coordenadora Estadual de Políticas Públicas da Pessoa com Deficiência, Sulamita Rebouças, mostra os benefícios da atividade.

A terapia com cavalos tem uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. De acordo com Sulamita, normalmente é indicada após avaliação médica, psicológica e fisioterápica para pacientes com doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares, clínico-metabólicas, além de casos com sequelas traumáticas, cirúrgicas e distúrbios psicológicos e comportamentais.

“São os casos de paralisia cerebral, hiperatividade, depressão, síndrome de Asperger, distrofia muscular, derrame cerebral [Acidente Vascular Cerebral – AVC], lesão na medula espinhal, estresse pós-traumático, TDAH , transtorno do Espectro Autista e várias outras situações. A eles podemos destacar que muitos os benefícios proporcionados por esse tratamento, sendo possível perceber mudanças significativas”, conta a coordenadora.

Os benefícios são visíveis no físico, psicológico e cognitivo do praticante de equoterapia. Como o tratamento varia e resulta diferente para cada necessidade, Sulamita relata que auxilia no desenvolvimento da coordenação motora, equilíbrio, controle da ansiedade, aumento da autoestima e a autoconfiança e promove sensação de bem-estar.

Profissionais da saúde, educação e equitação auxiliam e acompanham os pacientes. (Foto: reprodução)

Tratamento

“É um estímulo a sensibilidade do tato, visual e auditiva. No Centro Integrado de Pessoa com Deficiência [CIAPD], o tratamento tem duração de 30 minutos, por agendamento e uma vez por semana, nem sempre com uso do cavalo”, explica Sulamita Rebouças.

Conforme a coordenadora, existem quatro programas dentro do CIAPD: Hipnoterapia, Educação ou Reeducação, Pré-Esportivo e Esportivo. Cada programa se diferencia pela capacidade do paciente em praticar a equoterapia e conta com equipe multiprofissional, envolvendo “o maior número possível de áreas profissionais nos campos da saúde, educação e equitação”.

  • PROGRAMA DE HIPNOTERAPIA: caracteriza-se pelo fato de o praticante não ter condições físicas e/ou mentais para manter-se sozinho sobre o cavalo, necessitando de um condutor/guia para conduzir o cavalo e dois mediadores dando-lhe segurança, e acompanhando-o a pé, ao seu lado, auxiliando nos atos de montar e apear.
  • PROGRAMA DE EDUCAÇÃO/REEDUCAÇÃO: caracteriza-se por uma maior independência do praticante sobre o cavalo, apresentando condições de exercer alguma atuação, podendo inclusive conduzi-lo. O cavalo atua como instrumento pedagógico.
  • PROGRAMA PRÉ-ESPORTIVO: o praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo sozinho, podendo participar de exercícios específicos de hipismo. O cavalo é utilizado como instrumento de inserção social.
  • PROGRAMA ESPORTIVO: o praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo sozinho, estando apto, inclusive, a participar de competições hípicas.

Segurança

A equoterapia também envolve a segurança, uma vez que utiliza cavalos. De acordo com Sulamita, essa é uma preocupação constante de toda a equipe.

“Observamos o comportamento e as atitudes habituais do cavalo, e as circunstâncias que podem vir fazer com ele se espante, como por exemplo uma bola arremessada, movimentos bruscos, nas proximidades do animal. Além do equipamento de montaria, particularmente rédeas, presilhas, estribos, selas e mantas, para que isso não traga desconforto ao animal e riscos na hora do atendimento”, pontua a profissional.

Sulamita reforça que equipe também é preparada para eventuais acidentes, agir e fazer uma retirada de emergência.