Centenas de migrantes venezuelanos continuam chegando diariamente a Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Em vídeo enviado à FolhaBV nesta sexta-feira, 11, é possível ver homens, mulheres e crianças, com bagagens aguardando no Posto de Recepção e Apoio (PRA) para entrar no Brasil pelo município.
Veja o vídeo:
O balanço mais recente divulgado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) aponta que 2.155 pessoas viviam fora dos abrigos da Operação Acolhida no município em setembro, último mês analisado, em 15 ocupações espontâneas.
Ainda de acordo com a organização, a população migrante venezuelana fora dos abrigos reduziu em 2% em relação a agosto, mas houve um aumento de 3% de pessoas atendidas nos serviços de pernoite no Posto de Recepção e Apoio (PRA).
A fronteira do Brasil com a Venezuela está aberta desde fevereiro deste ano, após dois anos fechada para conter o avanço da covid-19. Antes da flexibilização, os migrantes entravam no país por rotas clandestinas para fugir da crise econômica e social do regime de Nicolás Maduro.
Fluxo deve continuar
Os impactos da crise migratória em Roraima neste momento são um reflexo do pós-pandemia uma onda de deslocamento humano em busca de oportunidades, como trabalho e educação. É o que avalia o analista político e professor de Relações Institucionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Oliver Stuenkel. A sobservação foi feita durante palestra sobre imigração na 25ª Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), nesta quinta-feira, 10, em Recife, Pernambuco.
Stuenkel destacou que Roraima é um dos estados que sentem o impacto muito maior desses deslocamentos. “Roraima é um dos que mais recebe imigrantes venezuelanos e, portanto, é o que mais merece apoio dos outros estados”, disse. Segundo o especialista, é necessário que haja políticas públicas para garantir que ocorra uma integração e acolhimento dessa população vulnerável.
Uma das ações que contribuem para a inserção no mercado de trabalho é a regularização dos refugiados e imigrantes no país, que poderão validar os diplomas e emitir documentos necessários para ter acesso a serviços públicos.