Cinco pessoas envolvidas com a atividade de garimpo ilegal na reserva indígena Raposa Serra do Sol, no estado de Roraima, foram presas pela Polícia Federal, na tarde dessa quinta-feira (12), durante ação conjunta com o Exército.
Quatro dos presos se intitularam lideranças indígenas responsáveis pelo garimpo da região, que, no momento da ação, contava com aproximadamente 1.000 pessoas.
A ação de fiscalização com o Exército se iniciou na manhã do dia 12, na Comunidade do Napoleão, situada dentro da reserva Raposa Serra do Sol. Ao chegar, a equipe de policiais federais e militares foi recebida por quatro indígenas que informaram ser os responsáveis pela coordenação do garimpo na região.
Os coordenadores explicaram o funcionamento das atividades de extração, a divisão de trabalho e dos lucros. Aproximadamente 24% do total da venda do ouro extraído na região ficaria com os proprietários dos maquinários utilizados no processamento do metal, 4% com a própria comunidade e o restante seria dividido entre o grupo responsável pela extração. Segundo esses indígenas, cada “equipe” de mineração seria composta por até 12 integrantes, e apenas nesta região seriam 80 equipes.
Além dos garimpeiros, cuja maioria seria indígena, segundo as declarações dos envolvidos, havia também pessoas relacionadas com o comércio de insumos para garimpo e outros produtos, os responsáveis pelo transporte das pedras para o processamento e fiscais que buscariam controlar o acesso de não-índios, o consumo de bebidas alcoólicas e o andamento geral das atividades.
Os quatro indígenas foram conduzidos para a Superintendência da PF em Roraima e presos em flagrante pelos crimes de usurpação de matéria-prima pertencente à União, associação criminosa e pela extração ilegal de recursos minerais. As penas podem chegar a 9 anos de prisão, além de multa.
Além das lideranças, também foi preso em flagrante um não indígena proprietário de maquinário para a exploração ilegal que se encontrava no local.
Os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional, onde permaneceram à disposição da justiça.