Cotidiano

Envolvidos pediram transferência para presídio federal, afirmam promotores

Quatro presos acusados de comandar esquema de desvio na Assembleia Legislativa foram transferidos para fora do Estado

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Marco Antônio Azeredo e José Rocha Neto, afirmaram, na manhã de ontem, em entrevista coletiva, que presos envolvidos na Operação Cartas Marcadas solicitaram a transferência para presídio federal por se sentirem ameaçados dentro e fora do sistema prisional de Roraima.

A operação investigou desvio de verbas públicas dentro da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). “Quatro presos da Operação Cartas Marcadas foram, de fato, transferidos para a penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Eles foram transferidos porque lideravam a organização criminosa que sangrou os cofres públicos do Estado e que é objeto de instrução judicial”, afirmou o promotor Marco Antônio Azeredo.

Conforme ele, o pedido foi feito em meio à sensação de insegurança por parte dos presos. “Somado ao pedido legal da lei que permite a transferência para o presídio federal, eles mesmo buscaram o MP e pediram que nós intercedêssemos a favor deles por se sentirem inseguros no sistema prisional do Estado e que preferiam ir para um presídio federal”, explicou.

Dos que foram transferidos, três estavam custodiados no prédio do Comando de Policiamento da Capital (CPC) e um estava na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). “Os advogados deles nos informaram que eles se sentiam ameaçados e coagidos dentro do sistema prisional. E isso fez com que a transferência fosse acatada tanto pela Justiça Estadual quanto pela Federal”, disse.

A informação sobre as ameaças foram relatadas pelos próprios presos em depoimento ao MPRR. “Nessa oportunidade, somada aos pedidos e o requisito legal, foi encaminhado judicialmente o pedido de transferência e isso foi acatado pela justiça estadual e a justiça federal recomendou que eles fossem para o presídio de Mossoró”, comentou.

O promotor rechaçou a possibilidade de as mulheres envolvidas no esquema também serem transferidas para presídio federal. “Em relação às mulheres, nós estamos estudando a possibilidade de transferência, mas adiantamos que não serão encaminhadas para presídios federais”, disse ao complementar que, das quatro envolvidas no esquema, três estão no CPC e uma está na Cadeia Pública Feminina.

Marco Antônio Azeredo pontuou ainda que os envolvidos no esquema começarão a ser ouvidos em Audiência de Instrução no dia 29 de novembro e que depois disso o órgão encaminhará o processo para sentença no Poder Judiciário de Roraima. “Como são 12 réus no processo principal, diante de uma possibilidade e um esforço do Poder Judiciário de dar maior resposta, foram disponibilizados os dias 30 de novembro e 1º de dezembro para que venham se estender as audiências e consigamos concluí-las nessa semana”, frisou. (L.G.C)