Cotidiano

Escassez de medicamentos deixa Venezuela vulnerável ao zika

Falta repelente para insetos, anticoncepcionais e remédios para tratar as doenças associadas ao vírus

Diante da crise do sistema de saúde e da profunda escassez de medicamentos que assola a Venezuela, a população local não quer contrair nenhuma doença, ainda mais o vírus da zika.

Atualmente, há falta de repelente para insetos e de anticoncepcionais, bem como de remédios para tratar as doenças associadas ao vírus. Tampouco houve uma campanha de saúde pública adequada para informar as pessoas sobre a enfermidade e ninguém sabe ao certo quanto foram infectados no país.

O médico e legislador da oposição William Barrientos diz que o governo de Nicolás Maduro não está preparado para fazer frente à crise de saúde.

Segundo Barrientos, a escassez não é só de remédios, mas também de alimentos, em um quadro econômico caótico e de crise política que se aprofunda a cada dia.

“Não há uma campanha educativa e informativa para a população”, afirmou Barrientos, que também criticou a inexistência do combate ao mosquito vetor da doença, o Aedes aegypti.

Em meados de fevereiro, a emissora estatal produziu e veiculou comerciais para informar a população sobre a zika e ensinar como se proteger, mas a difusão foi esporádica.

A falta de estatísticas oficiais sobre a evolução do vírus impede uma análise completa do problema, admitiram sociedades locais de médicos.

Os primeiros quatro casos de zika foram registrados no país em novembro. Porém o infectologista Julio Castro, do Instituto de Medicina Tropical da estatal Universidade Central da Venezuela, disse que a partir de dados do Ministério da Saúde, como os quadros febris, é possível estimar que o vírus já tivesse contaminado pessoas no país entre agosto e setembro de 2015.