Cotidiano

Escola na Vila Novo Progresso funciona em condições precárias

Faltam professores, assistentes de aluno, merendeira, transporte escolar, fardamento para os alunos, energia elétrica e água na Escola Municipal Tiradentes

Faltam professores, assistentes de aluno, merendeira, transporte escolar, fardamento para os alunos, energia elétrica e água na Escola Municipal Tiradentes, localizada na Vila Progresso, na região do Taboca, no Município do Cantá. Conforme pais de alunos, o que agrava mais a situação é a falta de uma estrutura física para a unidade, que funciona improvisada em uma casa de apoio, que deveria servir de moradia para os professores da localidade.
A dona de casa Natalícia Machado tem um filho de 8 anos de idade que estuda na Escola Municipal Tiradentes. Ela afirmou que o filho está sem assistir aula, pois não há professor para a turma. “A maioria dos professores é de comissionados. Eles pedem demissão alguns meses após assumir o cargo devido ao salário deles, que quando não está atrasado é pago incompleto, de forma parcelada”, disse.
Quando a escola está sem professor, são os pais que vão atrás de um novo profissional. “A prefeitura não se dá nem ao trabalho de ir atrás de um professor. Nós temos que procurar o professor e levá-lo até a prefeitura para assinar os papéis da contratação”, disse a mãe.
O agricultor Paulo Camilo tem um filho que também estuda na unidade. Ele afirmou que quando deixa a criança no local fica preocupado, pois não há um assistente de aluno ou sequer um zelador para cuidar dos alunos antes do horário de início da aula. “A escola não é murada, então assumimos um risco quando deixamos nossos filhos num local sem a supervisão de um adulto”, destacou.
A falta de merenda escolar é outro problema enfrentado pelos alunos. Conforme Natalícia, os alunos estão sendo liberados mais cedo, às 10 horas, para não ficarem sem comer. “O descaso é total, não há material para que a merenda possa ser feita. A solução que encontraram foi a redução do horário, e isso prejudica o aprendizado dos alunos”, reclamou a dona de casa.
Segundo ela, para evitar gastos com folha de pagamento, a prefeitura demitiu a única merendeira e determinou, através de um documento, que a funcionária responsável pela limpeza da unidade passasse também a fazer a merenda escolar, acumulando, assim, as duas funções. “Não aceitamos esta situação. Queremos que seja contratada uma funcionária para trabalhar somente com a merenda e que tenha o curso de merendeira, pois a senhora que trabalha na limpeza foi contratada para serviços gerais, e não para fazer a merenda”, disse Natalícia.
Os pais dos alunos estão comprando o fardamento, pois a prefeitura não fornece mais o material. “Assim como nas escolas estaduais, os alunos das escolas municipais também deveriam ganhar a farda no início do ano. Mas a prefeitura não cumpre com esta obrigação. Então, nós somos obrigados a tirar dinheiro do próprio bolso”, frisou a mãe de aluno.
O agricultor Paulo Camilo destacou que a escola funciona sem energia elétrica. “As crianças passam o dia no calor, não há como ligar um ventilador. Eles levam garrafas de água para a escola, pois como não há energia, não há como tomar água gelada”, disse.
OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Prefeita do Cantá, mas o telefone informava que “estava fora de área”. Também foi feita uma tentativa através do telefone fixo da prefeitura, mas ninguém atendeu a chamada. (I.S)