A tradicional Escola Estadual Professor Diomedes Souto Maior, no Centro, vai servir como sede para o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), da Polícia Militar. A decisão do ex-governador Chico Rodrigues foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 31 de dezembro. A escola estava abandonada há mais de dois anos. O Ministério da Educação liberou mais de R$ 1 milhão para a reforma, mas as obras não saíram e o prédio ficou abandonado.
Os mais de 500 alunos da Diomedes foram transferidos para outras escolas, longe de suas casas. A unidade educacional, segundo a vizinhança, não demorou para virar ponto de usuários de droga. “A noite a gente escuta barulho aí para dentro e vê a fumaça subir. O forte odor da droga incomoda”, reclamou uma idosa que mora nas imediações. A escola fica a cem metros do quartel da polícia Militar, que abriga o Comando de Policiamento da Capital (CPC).
Em meados de agosto de 2013, o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), por meio da Promotoria de Defesa da Pessoa com Deficiência e Idoso, expediu recomendação notificatória às secretarias de Estado da Educação e Infraestrutura para que adotassem ‘imediatamente’ as medidas necessárias para a realização de obras no prédio da escola Diomedes.
Por falta de condições estruturais, a unidade estaria sem funcionar e gerando ‘graves prejuízos à comunidade escolar’, segundo o MPRR. A Secretaria de Educação publicou portaria no Diário Oficial do Estado, no mês de março do ano passado, informando sobre a paralisação das atividades pedagógicas da escola, mas não explicou porque as obras pararam.
De acordo com o MP, a escola se encontrava impossibilitada de receber os alunos devido ‘às péssimas condições estruturais’, gerando, com isso, a necessidade de remanejamento do corpo discente para diversos outros estabelecimentos de ensino até a conclusão definitiva da reforma.
Foi aberto ainda um Procedimento de Investigação Preliminar (PIP) com a finalidade de verificar as condições de funcionamento da escola. Os dois ex-governadores, Anchieta Júnior (PSDB) e Chico Rodrigues (PSB), não acataram a recomendação do MP.
SECOM – De acordo com nota enviada pela Secretaria de Comunicação, a nova gestão do Governo do Estado vai avaliar a legalidade dos atos da gestão anterior, avaliar a necessidade do acordo, a situação da escola em questão e aplicação dos recursos públicos. “Feito tudo isso, serão adotadas todas as medidas necessárias para que a escola seja colocada em funcionamento, seja mediante o acordo com a Polícia Militar ou com o retorno das aulas”, disse em nota.
Cotidiano
Escola vira quartel do GATE
Instalações da Escola Estadual Professor Diomedes será usada por policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar