Cotidiano

Escolas ficam sem serviço de limpeza

Funcionárias cruzam braços e lixo se acumula nos corredores e salas de aula; Seed diz que situação está sendo regularizada desde a semana passada

Alunos da rede estadual de ensino foram liberados mais cedo, ontem (24) pela manhã, porque não havia pessoal de limpeza em algumas escolas de Boa Vista. Sem pagamento de salário há três meses, funcionários de empresas terceirizadas, contratadas pelo Governo do Estado, cruzaram os braços e avisaram que só retornarão quando receberem.
“Temos contas a pagar no final do mês e trabalhamos para poder pagá-las. Mas já vai para o terceiro mês que não recebemos. Na empresa dizem que o governo não repassou a fatura e aqui na escola, a informação que temos é que o governo repassou, mas a empresa não nos pagou. É brincar com a nossa cara. Cadê os órgãos de fiscalização do trabalho?”, questionou uma funcionária de uma empresa terceirizada que faz a limpeza na escola estadual Ana Libória, no bairro Mecejana, zona Oeste.
A Folha foi à escola, ontem pela manhã, e constatou a paralisação dos funcionários da limpeza. O lixo se amontoava nos corredores e salas de aula. A equipe de reportagem conversou com servidores da escola, que confirmaram a denúncia.
“Elas [funcionárias terceirizadas] não vieram agora pela manhã, por isso a escola está suja. Mas não podemos dar detalhes do que realmente está acontecendo. Melhor a equipe buscar essas informações na Assessoria de Comunicação da Secretaria”, orientou uma servidora, que preferiu não se identificar.
A escola Ana Libória atende neste ano letivo mais de 1.550 alunos do Ensino Médio, distribuídos em turmas pela manhã e à tarde. “Não sei se amanhã [hoje] vai ter aula, pois não tem como estudar no meio de tanta sujeira”, observou um estudante ao lado de fora da escola.
Na escola estadual Luiz Rittler de Lucena, no bairro Nova Cidade, zona Oeste, servidores também denunciaram a paralisação. Ninguém apareceu para fazer a limpeza. A unidade também atende mais de mil alunos e as aulas podem ficar comprometidas, se as salas de aulas permanecerem sujas.
SEED – A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seed) informou que os serviços de limpeza e conservação nas escolas estão sendo normalizados desde a semana passada. (AJ)
Servidores da Suframa ameaçam nova greve
Depois de fazer paralisação de advertência por quatro horas, no dia 22 do mês passado, os 18 servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em Roraima devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira, dia 28. Segundo o servidor Lienderson Melo, desta vez a paralisação será por ajustes salariais.
A categoria, que engloba servidores nas unidades da Suframa localizadas em Roraima, Acre, Rondônia e Amapá, já esteve em greve por quase 50 dias no início do ano, o que afetou a indústria e o comércio da região Norte. Desta vez, a paralisação pode apresentar um prejuízo maior, já que se trata de vendas de fim de ano o que representa a maior fatia de vendas do comércio.
Lienderson informou que representantes do sindicato da Suframa estiveram em Brasília (DF), na sexta-feira passada, negociando com o Governo Federal e não tiveram nenhuma proposta positiva. A categoria se reúne na manhã desta terça-feira para definir se entra em greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira, dia 28. A assembleia acontece a partir das 10h, no auditório da autarquia, localizada na Avenida Ministro Mário Andreazza, bairro Distrito Industrial, Zona Sul de Manaus (AM).
“A greve do primeiro semestre foi atendida parcialmente e o comando do sindicato esteve negociando o restante das reivindicações em Brasília e como não houve nenhuma proposta por parte do Governo, a categoria vai definir se entra em greve durante a assembleia geral nesta terça-feira. O que for decidido em Manaus, será acatado aqui em Roraima”, frisou. Ele ressaltou que é grande a possibilidade de nova greve ser deflagrada no final desta semana.
“A nossa proposta de reestruturação do Plano de Cargos e Salários não foi atendida e isso pode desencadear uma nova greve a partir desta sexta-feira, dia 28, e ficar parado por tempo indeterminado”, afirmou.
Ele explicou que a proposta apresentada é para equiparar as várias carreiras existentes dentro da Suframa, entre elas, a de avalistas, técnicos e agentes administrativos e que a proposta do sindicato é criar duas carreiras, a de nível superior e nível médio. “É isso que estamos discutindo em Brasília”, disse.
Quanto às outras reivindicações, Lienderson informou que foram atendidas, inclusive que o novo prédio, construído anexo ao atual, deve ser entregue em janeiro de 2015. “Com isso teremos melhores condições de trabalho”, afirmou. (R.R)
Risco de nova greve na Suframa preocupa Acirr
O risco de nova greve por parte dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em Roraima preocupou o presidente da Associação Comercial e Industrial de Roraima (Acirr), Jadir Correa. “O comércio de Roraima não aguenta mais uma greve dessas. Principalmente nesta época do ano, quando as vendas são significativas. Vai ser um golpe duro para o comércio, e lamentamos caso isso venha a acontecer”, frisou.
Ele lembra que é nesta época que as lojas começam a receber a mercadoria para o fim de ano e uma greve neste momento traria prejuízo enorme ao comércio de Roraima. “Como vai ser para desembarcar e liberar mercadorias neste final de ano, caso entrem em greve? Vai faltar produto de fim de ano no comércio. Os maiores prejudicados serão os comerciantes, a população e os transportadores que ficam com os caminhões parados”, afirmou.
Jadir criticou a demora do Governo Federal em cumprir os acordos com os servidores da Suframa e ressaltou que vai propor que a bancada federal de Roraima trabalhe para tentar encontrar uma solução antes de deflagrar a greve.
“Vamos apelar para nossos deputados federais e senadores tentarem resolver essa questão dos servidores da Suframa. Temos que resolver para que não tenha greve e o comércio entre em desabastecimento neste final de ano”, frisou. (R.R