Apesar de Roraima não possuir qualquer previsão para o retorno das aulas presenciais, como no Amazonas, as escolas particulares têm preparado a nova estrutura para quando ocorrer a liberação. Como orientam os protocolos sanitários da Organização Mundial de Saúde (OMS), o distanciamento dos alunos, utilização do termômetro digital e a disponibilização do álcool gel em todo o prédio da escola, são medidas que devem ser aplicadas neste retorno.
Conforme a presidente do Sindicato das Escolas Particulares em Roraima (Sinepe-RR), Suzamara Queiroz Vale, além da parte sanitária, as unidades também deverão investir em equipamentos de gravação e transmissão, já que mesmo com as aulas presenciais, ainda terão que oferecer o ensino a distância aos estudantes que estejam ou tenham algum familiar no grupo de risco.
Essa modalidade já vem sendo oferecida desde março, quando foi decretado o fechamento do comércio e demais setores para evitar aglomerações. Atualmente, as aulas são gravadas em vídeo e as atividades são enviadas de forma online para os estudantes.
“Os protocolos demandam certo custo e tempo para serem providenciados. As escolas já estão se organizando, algumas inclusive, já de certa forma com tudo pronto. O que tem mudado de um lugar para o outro é o escalonamento de retorno, porque como temos que manter o distanciamento, não podemos manter a mesma quantidade de alunos na sala. Esse percentual de retorno varia muito de um lugar pra outro. Uns começam com 15%, outros com 30%. Manaus começou com 50% e deixou livre as turmas que iriam voltar”, disse.
Ainda de acordo com Suzamara, a categoria acredita que o retorno pode acontecer em setembro, já que recentemente ocorreu a reabertura do comércio por conta da estabilização do número de novos casos da covid-19 e redução de 7% dos óbitos causados pela doença.
DESCONTOS NAS MENSALIDADES – Recentemente o governador Antonio Denarium (Sem partido) sancionou a Lei nº 1.427/2020, que garante o desconto de até 30% nas mensalidades das instituições de ensino privado em Roraima. O Sinepe-RR pretende entrar na justiça para derruba-la.
“É um momento de desafio pra todo mundo. Os custos que esse retorno vai exigir, não estavam previstos nas nossas mensalidades e não podemos repassar para as famílias. Mesmo assim, a gente vê a insistência de políticos e famílias querendo o desconto linear, quando não é preciso. Tendo em vista que a realidade financeira de cada escola é bem diferente. Algumas, por exemplo, perderam mais de 50% do seu alunado. Como ela vai bancar um desconto linear e adquirir todos esses equipamentos? E é obrigada a fazer. As escolas estão se comprometendo a dar continuidade ao trabalho, então é necessário compreensão”, finaliza.