Cotidiano

Esgoto a céu aberto incomoda moradores no bairro Caranã

Buraqueiras, mau cheiro, lama e matagal tomam conta da rua Emília da Silva Lavôr e prejudica moradores

KATTY MORAIS

Colaboradora da Folha

Em Boa Vista, a falta de infraestrutura em alguns bairros tem se tornado motivo de reclamações de moradores. No bairro Caranã, especificamente na rua Emília da Silva Lavôr, os residentes convivem com um esgoto estourado há mais de um ano. Além disso, a via apresenta outros problemas, como buraqueiras, lama e a presença de lixo e mato, que faz parte da rotina de quem mora no local.

A equipe da Folha esteve na via e constatou a realidade que é vivenciada pelos moradores. Um esgoto estourado em um terreno baldio tem sido um dos maiores problemas, principalmente quando chove, pois a água transborda e toma conta da rua, causando mau cheiro e repulsa em quem passa pela área.

O autônomo Sandro Dresch, de 32 anos, relatou os problemas causados por causa do esgoto e da falta de infraestrutura da via.

“Quando chove a água fica acumulada no local. Da última vez, chegou a um metro de comprimento, o que fez alagar o meu terreno. O pior é que junta a água da chuva com a do esgoto e toma conta da rua, causando um mau cheiro insuportável, sem falar nos riscos para a saúde dos moradores da rua”, disse.

De acordo com Sandro, o drama vivenciado pelos moradores dura mais de um ano.

“A equipe da Caerr veio e fez alguns reparos, no entanto ao passar alguns meses o problema voltou a acontecer. Fiz contato com a equipe da Caerr esses dias, no entanto não obtive nenhuma resposta, disseram que iam resolver, mas até o momento nada foi feito. A única coisa que falam é que vão passar a situação para a equipe responsável. Liguei a primeira vez e, como nada foi feito, liguei novamente, no entanto me disseram que não estavam cientes do problema, sendo que eu havia ligado um dia antes. Gostaria de ter uma posição do órgão responsável, pois o meu medo maior é ter a saúde da minha família afetada por causa disso”, informou o autônomo.

“A maioria dos meus vizinhos tem crianças pequenas. O que mora quase em frente à minha casa tem um recém-nascido de 15 dias. Eu tenho um filho de 11 meses e, por causa desse mau cheiro, temos medo de que cause alguma doença, não só nas crianças, mas também nos idosos, como em qualquer outra pessoa”, acrescentou.

O esgoto a céu aberto fica na borda de um terreno baldio, que está tomado pelo mato, próximo a uma parada de ônibus.

“Esse terreno abandonado tem sido a causa de muitos transtornos para os moradores das proximidades. Além do esgoto, as pessoas despacham restos de animais, como cachorro. Com isso, os urubus se agrupam e o mau cheiro fica ainda pior. Quando isso acontece, ligamos para a Prefeitura vir resolver o problema, mas nada é feito”, lamentou o autônomo.

Sandro e a esposa trabalham na produção de bolos.

“Estou me sentindo prejudicado, pois meus clientes chegam e se deparam com o mau cheiro do ambiente, o que pode gerar repulsa em qualquer pessoa. Espero que essa situação seja resolvida, pois a população não merece passar por esse tipo de transtorno”, finalizou.

Esgoto estourado e o terreno baldio não são os únicos problemas da rua. A falta de infraestrutura prejudica moradores e estudantes da Escola Estadual Fernando Grangeiro, que tem a frente tomada por lama e buracos, que se tornam cada vez maiores de acordo com os automóveis que vão passando pelo local.

O funcionário público Dimas Mesquita, de 70 anos, mora na rua há seis anos e relatou os transtornos por conta dos buracos.

“Essa é uma rua principal. Logo mais à frente da minha casa existe uma escola e, quando chove, a situação é crítica para os alunos, que atravessam a rua em contato direto com a água da chuva juntamente com a do esgoto. A situação é lamentável. Os buracos se tornam cada vez maiores e não vemos nada ser feito para beneficiar a população”, contou.

Para Dimas Mesquita, as condições da rua têm afetado todos os residentes do local.

“Meus filhos são médicos e sempre que vem me visitar dizem que não posso ficar respirando esse ar poluído, pois pode causar alguma doença. Já não bastasse o esgoto, a situação se complica ainda mais com a falta de infraestrutura aqui da rua. Quando chove a água não tem para onde escorrer, a não ser para as residências da vizinhança. Gostaríamos de ter uma posição dos órgãos competentes. Porque nem mesmo em casa podemos ficar, pois o odor está realmente insuportável”, relatou o funcionário público.

Caerr envia equipe para verificar situação

A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caerr) informou que até o momento não havia recebido nenhuma reclamação sobre o funcionamento da rede de esgoto localizada no bairro Caranã. No entanto, enviou na manhã de ontem, pela manhã, uma equipe de técnicos ao local para verificar a situação e tomar as providências, caso o problema seja na rede de esgoto.

A Caerr orientou aos clientes para caso de dúvida ou reclamação que entrem em contato pelos canais de atendimento disponíveis, como a Central de Atendimento, 0800-280-9520, das 8h às 18h, o aplicativo Caerr Mobile (disponível para Android) ou por meio do portal da Companhia, www.caer.com.br.

PREFEITURA – A equipe da Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem. (K.M)