Falar sobre bebês que nasceram prematuros pode parecer preocupante, mas nesta matéria vamos contar uma história feliz. Quem vê o pequeno Benicío Tupinambá brincando e com um desenvolvimento saudável, nem imagina que ele nasceu com pouco mais de um quilo e com apenas 32 semanas.
Benício é uma das crianças que contrariam os dados do Ministério da Saúde que apontam um aumento na mortalidade infantil em 2016. Pela 1ª vez desde 1990, o país apresentou alta na taxa: foram 14 mortes a cada mil nascidos em 2016; um aumento de 4,8% em relação a 2015, quando 13,3 mortes (a cada mil) foram registradas.
A mãe de Benício, Carolina Tupinambá, explica que o filho é uma criança normal e que mesmo tendo nascendo prematuro, ele superou todos os problemas e hoje com quase 05 anos, estuda, brinca e se desenvolve sem nenhum problema relacionado ao nascimento prematuro.
“Quando ele nasceu o nosso maior problema foi a nutrição, pois ele estava muito abaixo do peso. Fizemos o tratamento inicial aqui, mas por ele ter adquirido uma bactéria quando estava internado no berçário, tivemos que terminar o tratamento em São Paulo (SP)”, contou a mãe, ao reafirmar que o acompanhamento médico antes, durante e após o nascimento, foi fundamental para a garantir a saúde do filho.
Em Roraima segundo dados da Sesau (Secretaria de Estado da Saúde), nos últimos três anos a média da taxa de mortalidade infantil foi de 19,39/1000 nascidos vivos, porém teve oscilação (em 2015 foi de 18,30/1000 nascidos vivos, em 2016 foi de 20,71/1000 nascidos vivos e em 2017 foi de 18,96/1000 nascidos vivos).
Mas o que pode ser feito para reverte este quadro preocupante tanto no Estado quando em todo Brasil? Quem responde a essa pergunta é a ginecologista obstétrica e presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Roraima, Eugência Glaucy Moura.
Ela explica que a mortalidade infantil no Estado de Roraima acompanha os dados da região Norte. “As principais causas da mortalidade estão associadas à prematuridade, à asfixia e às infecções intra-uterinas, além de más-formações múltiplas. A prematuridade e a infecção pós-natal, estão ocupando uma importância que varia conforme as condições operacionais da maternidade e do berçário.
A presidente detalha ainda que nas últimas décadas o obituário materno declinou até quase 50% no estado. Questionada sobre o que pode ser feito para reverter os números e construir um quadro de maior tranqüilidade para mães e filhos, Eugência responde que é necessário que os avanços científicos e tecnológicos estejam à disposição da gestante, do feto e do recém-nascido, na única UTI, (Unidade de Tratamento Intensivo) do Estado, que fica no HMINSN, (Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth).
“As principais causas da elevada mortalidade concentram-se na prematuridade, no baixo peso ao nascimento e nas infecções neonatais. Os fatores demográficos, comportamentais e biomédicos, também têm sua importância”, complementou, ao reforçar que é essencial que o estado ofereça atendimento especializado as mães e aos bebês desde o pré-natal até o parto.