Há vinte e quatro dias acampados em frente ao palácio do Governo, servidores e esposas de policiais militares e bombeiros dormem ao ar livre como um ato de manifesto contra o atraso de salário que chega há 50 dias.
No local, fardas dos agentes estão pendurados em um varal, frutas e alguns mantimentos estão guardados em caixas, há barracas, cadeiras e até colchões para dar mais conforto.
Algumas manifestantes vão ao trabalho e voltam ao local apenas para dormir. Enquanto outras cuidam dos pertences. “Já tentaram nos roubar enquanto dormíamos aqui, um homem apareceu e tentou levar a televisão, foi uma gritaria. Não temos segurança” disse uma das manifestantes Laura Alves.
Segundo Laura, a vontade não era de estar ali, mas muitas não têm escolha. “Com o aluguel atrasado, famílias foram despejadas, já teve casa que foi arrombada por que os ladrões sabiam que estávamos no acampamento, como somos esposas de agentes somos muito visadas, e essa exposição é um prato cheio pra bandido”, afirmou.
Laura, ressaltou que muitas pessoas se compadeceram da situação vivida por elas e fizeram doações. “A água mineral que estamos bebendo foram doadas pela própria população que mostra mais compaixão dos que os órgãos públicos. Não tem de onde tirar dinheiro, estamos fazendo os bicos, faxinas, vendendo alguns objetos de valor para poder sobreviver” contou.
Segundo o presidente interino do Sintraima, Antônio Leal, não há uma resposta significativa do governo e todas as expectativas de receber os salários são desanimadoras.
“A sensação é que estamos em um estado sem governo, e as instituições fiscalizadoras que nos deviam uma resposta também não nos dão um posicionamento. Até o momento não existe perspectiva de pagamento e muito menos previsão para o recebimento da segunda parcela do décimo”, ressaltou Leal.
Governo
A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado, para saber qual a previsão para os pagamentos em atraso e aguardo retorno.