*Atualizado às 11h34
Em Roraima, a Estação Ecológica de Maracá (ESEC-Maracá), aderiu a um protocolo de monitoramento da fauna, as chamadas “armadilhas fotográficas”, que tem se mostrado como uma ferramenta importante para a pesquisa, na obtenção de informação de espécies noturnas e esquivas, como mamíferos.
A primeira etapa começou em dezembro de 2018, onde foram colocadas 60 armadilhas em locais estratégicos da ESEC. Depois de quase 50 dias registrando a fauna da Unidade, as fotografias serão selecionadas para gerar o Wildlife Picture Indes (WPI), índice que aponta o estado da biodiversidade na área.
O monitoramento anual faz parte do protocolo Tropical Ecology Assessment & Monitoring Network (TEAM), com o apoio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e o apoio da Coordenação de Monitoramento da Conservação da Biodiversidade do ICMBio e do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).
Segundo o analista ambiental e chefe substituto de pesquisa e monitoramento do ICMBio Roraima, Bruno de Campos Souza é possível verificar em médio prazo as tendências no estado de conservação da biodiversidade.
“A implementação do Protocolo TEAM em Maracá possibilitará conhecer a dinâmica populacional de espécies encontradas, compreender o ‘estado de saúde’ da floresta”, ressalta
Com o protocolo TEAM, é possível identificar também, todas as espécies de mamíferos de médio e grande porte da unidade, com exceção dos primatas devido à dificuldade da visualização por meio das câmeras.
De acordo com Henrique Gonçalves, analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisas e Conservação de Mamíferos Carnívoros, esse monitoramento é feito todo ano. “Daqui a dez anos vamos ter registros da unidade de fotografias e filmagens desses animais e com isso, podemos identificar se a unidade está perdendo sua fauna, diminuindo ou se está se mantendo no mesmo nível, o que é muito importante”.
Durante o trabalho de colocação e retirada das armadilhas fotográficas a equipe detectou grande quantidade de vestígios de onças pintadas, o que levou o grupo a continuar o monitoramento, agora com um desenho amostral desenvolvido para quantificar a população de onças na ESEC.
Conforme o professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Whaldener Endo, a onça pintada é uma espécie muito vulnerável a influencias humanas e, em muitos lugares é a primeira espécie a desaparecer com pressões relacionadas às atividades humanas, como perda de habitat e outras influencias.
“Esse estudo é muito relevante, tanto para ESEC Maracá, quanto para Amazônia. O objetivo desse monitoramento é tentar estimar a partir de uma amostragem parcial da área, o tamanho populacional de onças na Unidade. Elas possuem várias pintas e o padrão de cada indivíduo é único”, disse o pesquisador.
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