Cotidiano

Estado de Roraima deve passar por duas auditorias do Ministério da Agricultura

Mais uma etapa para a mudança de status de Roraima – que, recentemente, saiu de alto risco para médio risco de febre aftosa – já está em andamento para que entre na lista de estado livre de aftosa com vacinação. Segundo o diretor do Departamento de Defesa Animal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), Vicente Barreto, mais de sete mil amostras de sorologia estão sendo colhidas em aproximadamente 700 animais em 347 fazendas e pequenas propriedades dos 15 municípios do Estado, as quais foram enviadas para análise no laboratório de Belém (PA) para detectar a existência ou não do vírus da aftosa circulando no Estado.
Ele explicou que as propriedades foram sorteadas aleatoriamente pelos técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e várias amostras já foram enviadas. O trabalho de sorologia continua até março deste ano. “Paralelo à coleta e ao envio das amostras, os técnicos da Aderr fazem a inspeção dos animais dessas propriedades em busca de alguma doença vesicular e monitoram-nas até que haja uma auditoria do Ministério, o que deve acontecer no mês de julho deste ano”, frisou.
“Além do trabalho de sorologia, temos que continuar com toda estrutura de unidade de defesa atuando nos municípios e com escritórios em alguns distritos. Com esse sistema funcionando, passaremos por uma auditoria técnica do ministério para detectar se o Estado cumpriu com todas as etapas e só assim poder evoluir para status de livre de aftosa com vacinação”, complementou.
INDÍGENA – Vicente Barreto informou que uma das preocupações com a correta vacinação do rebanho bovino do Estado, que gira em torno de 750 cabeças, é o gado das comunidades indígenas, para ter a certeza de que as quase 50 mil cabeças de gados indígenas são vacinadas e acompanhadas pelos técnicos da Aderr.
“É a chama agulha oficial. O Estado é quem compra a vacina e faz o trabalho de vacinação em parceria da Aderr com o Ministério da Agricultura. Justamente por ser uma área de fronteira é que fazemos esse acompanhamento de ação afetiva para que se mantenha essa área livre de aftosa para a segurança do Estado”, frisou.
MOSCA – Funcionado 24 horas desde a última semana de 2014, a barreira da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), que funciona no Posto de Jundiá, no Município de Rorainópolis, Sul do Estado, fez uma apreensão de 1.800 quilos de frutos hospedeiros da mosca da carambola, que seriam comercializados no Amazonas.
Segundo o diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Aderr, Luiz Cláudio Estrela, a importância da barreira se dá devido ao monitoramento que está sendo feito por causa da presença da mosca da carambola em Roraima, o que pode ser levado para o Amazonas. “Se algum fruto desse estiver contaminado com a larva da mosca, teríamos a evolução de um foco no Estado do Amazonas. Temos essa preocupação de não levar esse problema, que não é só de Roraima, mas do Brasil”, frisou.
Ele informou que a instalação da barreira 24 horas só está sendo possível devido a uma parceira da Aderr com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), através da Superintendência Federal da Agricultura em Roraima, que entrou com recursos de custeio das diárias dos técnicos e da Polícia Militar, que dão segurança aos técnicos.  
Com a parceria, já foi possível a instalação de duas barreiras 24 horas, além de Jundiá, a barreira no Município de Bonfim, Leste do Estado, na fronteira com a Guiana. Outra barreira está sendo montada na BR-174, no trecho de Pacaraima a Boa Vista, Norte do Estado, fronteira com Pacaraima, que abrange a área do Uiramutã, Nordeste do Estado. “Com isso, fechamos o acesso da área de focos da mosca da carambola nos municípios de Pacaraima, Uiramutã, Normandia e Bonfim”, disse.
Ele destacou que a montagem das barreiras envolve recursos, material humano e segurança, por isso ressalta a presença da Polícia Militar nas barreiras. “Temos que dar segurança para que os técnicos façam um bom trabalho. Todos têm que ser bem remunerados, e a parceira com a Secretaria Federal da Agricultura é essencial para que isso ocorra”, frisou. (R.R)