Cotidiano

Estado registra 69 casos suspeitos, mas só dois foram confirmados

Número de casos de dengue diminuiu, comparado-se aos dos anos anteriores; 9 casos de chikungunya já foram notificados

Com as discussões do zika vírus em alta, não se pode esquecer que o Aedes aegypti também é responsável por transmitir a dengue e a febre chikungunya. Em Roraima, somente neste ano foram notificados 69 casos de dengue, com a confirmação de dois casos. Além disso, nove casos de Chikungunya já foram notificados, mas nenhum foi confirmado até o momento.

Os números mostram ainda que, nos primeiros três meses de 2015, foram registradas 450 notificações de suspeita de dengue em Roraima, com confirmação de 194 casos. De acordo com administração estadual, o número foi menor que o registrado no mesmo período de 2014, quando foram notificados 499 casos, sendo 205 confirmados. Durante todo o ano passado, foram notificados 374 casos de febre chikungunya, com a confirmação de aproximadamente 20, na Capital.

Comparando os índices, é possível perceber uma baixa no número de casos no Estado nos primeiros meses do ano. Contudo, vale lembrar que nos anos anteriores a febre chikungunya e o zika vírus ainda não faziam parte do “cartel” de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, conforme destaca do Ministério da Saúde. Para o Ministério, é muito mais perigoso ter contato com o mosquito nos dias atuais por ele transmitir um número maior de doenças.

De acordo com o Governo do Estado, os dados ainda podem aumentar. Ainda não existe um laboratório local que confirme as doenças em um período curto de tempo, por isso as amostras são enviadas para exame laboratorial no Instituto Evandro Chagas, junto com amostras do restante do País. Isso faz com que o tempo para se obter a confirmação da doença seja maior do que o período de infestação.

Para isso, a administração pública recomenda que, ao sentir qualquer sintoma, a pessoa procure um posto de saúde para que seja recolhida uma amostra de sangue para análise e também seja realizado o tratamento mais indicado.

DOENÇAS – A dengue é uma doença viral, ou seja, causada por vírus, e transmitida pela fêmea do mosquito chamado de Aedes aegypti. Cientistas já conhecem quatro tipos de vírus da dengue, que são chamados de DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4. Quando o mosquito da dengue está contaminado com o vírus da doença e pica uma pessoa, essa pode apresentar desde uma dengue inaparente, quando a pessoa está com a doença, mas não tem nenhum sintoma, até a dengue hemorrágica, que pode levar a pessoa à morte.

A febre chikungunya é uma doença parecida com a dengue, causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. Seu modo de transmissão é pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado e menos comumente pelo mosquito Aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal-estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço.

Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local. (J.L)

Boa Vista está à frente do restante do País no combate ao mosquito, diz Prefeitura

Ao participar do programa Agenda da Semana deste domingo, 21, transmitido pela Rádio Folha AM 1020, o Superintendente Municipal de Vigilância em Saúde e especialista no controle de endemias, Emerson Capistrano, afirmou que Boa Vista está à frente no combate ao Aedes aegypti quando comparada ao restante do País. Em entrevista concedida ao radialista Marcelo Nunes, Capistrano destacou que a Prefeitura Municipal de Boa Vista vem realizando um trabalho de combate e conscientização intenso desde agosto do ano passado. 

Ele explicou que, ao detectar um índice de infestação de 10.3% de infestação na Capital, a administração municipal iniciou uma série de ações de combate. “Como atividade de rotina, fizemos um levantamento do índice de infestação pelo mosquito e detectamos que tínhamos um número muito alarmante. Foi quando a PMBV solicitou ajuda ao Exército Brasileiro e saiu nas ruas de Boa Vista chamando a população para eliminar os focos”, disse.

Capistrano lembrou que na época alguns bairros da cidade apontavam até 30% de infestação. “Na época, o Centro da Capital e o Jardim Olímpico foram os bairros com maiores focos”, destacou, frisando que após quatro meses o índice de infestação caiu para 0,4%. “Hoje o Brasil luta contra o surto das doenças causadas pelos Aedes aegypti, mas Boa Vista se coloca entre as cidades com o menor número de infestação. Isso mostra que antes mesmo de o País inteiro se voltar para esta ameaça, a PMBV já se dedicava à prevenção”, reforçou.

O superintendente frisou ainda que ainda está sendo feito um trabalho intenso na cidade. A última foi realizada na sexta-feira, 19, nas escolas da Capital. “Em Boa Vista, a ação contou com a participação do ministro da Aviação Civil, Guilherme Ramalho. Foi um dia muito produtivo, em que nós trabalhamos a conscientização das crianças”, disse.

Capistrano lembrou que a população é corresponsável pela proliferação do mosquito. “Hoje, mais de 75% dos criadouros dos mosquitos estão nas casas. Estamos realizando ações todas as semanas. Mas, mesmo assim, ainda encontramos residências com criadouros que nos deixam incrédulos. Por isso estamos trabalhando, para que a população entenda que não depende somente do poder público. É preciso que cada um faça o seu melhor sabendo que esse combate é para melhoria da saúde dela”, contestou. (J.L)

Para atender população, unidades de saúdevão funcionar com horário estendido

Pensando em atender à demanda reprimida daquelas pessoas que não têm tempo de ir ao médico por conta do trabalho, a Unidade Básica de Saúde Lupércio Lima, localizada na rua Nazaré Figueira com Laura Pinheiro, no bairro Sílvio Botelho, está atendendo com horário estendido desde sexta-feira passada, 19.

Das 18h às 21h, o usuário vai poder participar de palestra sobre cuidados com a dentição e aplicação de flúor, além de atendimentos médico, ambulatorial e de enfermagem. A unidade também vai disponibilizar testes rápidos de HIV e a realização de exame preventivo do colo do útero.