O período de estiagem registrado em Roraima, nos últimos meses antes do inverno, ainda afeta o comércio local, pois as plantações não se recuperaram, por isso ainda há escassez de produtos, ocasionando um aumento de preço principalmente no setor de hortifruti. O preço de legumes, frutas e verduras em supermercados e feiras sofreu um aumento de quase 10%, conforme gerentes e comerciantes. Cabe, então, aos consumidores pesquisarem os preços mais em conta para cada produto, pois há promoções que visam atrair a clientela.
A Folha percorreu supermercados e feiras das zonas Leste e Oeste da cidade para comparar preços dos alimentos mais consumidos do setor. Foi averiguado que, mesmo superado o período de forte estiagem, os consumidores ainda não encontram uma desaceleração de preços. A banana, por exemplo, que sai em média a R$6,75 o quilo em supermercados, custa cerca de R$9,00 nas feiras.
Para o gerente de um dos supermercados da zona Leste, as promoções específicas para o setor de frutas, legumes e verduras são uma maneira de atrair os clientes. “O consumidor deixa de levar um volume maior porque às vezes ele escolhe um produto com valor agregado menor”, explicou.
Os mercados visitados apresentam promoções em determinados dias de semanas, variando a cada mês. As batatas, cenouras e cebolas, que custam cerca de R$7,00 nas feiras locais, passam a custar em torno de R$3,00 a R$5,00 nesses estabelecimentos. “Eu frequento supermercado pela praticidade. Além disso, as promoções também influenciam, já que na feira só conseguimos desconto no boca a boca”, disse o autônomo Hugo Pereira.
O empresário Sebastião Assunção tem sua preferência. “Eu vou à feira há seis anos. Para mim, é o local que me dá mais variedade de produtos e preços. Mas tudo subiu, de legumes e frutas a carnes. Já fui vendedor de feira, e a maioria das pessoas que hoje me vendem já foi meu cliente um tempo atrás”, disse.
Para os vendedores de feira, Raimundo de Assis e Wesley Leão, o aumento dos preços vem causando dificuldades na hora da negociação. “Não é que as pessoas não comprem mais, elas compram menos. Quem antes vinha aqui e comprava R$50,00, hoje não compra mais de R$30,00. O produto regional não aumentou tanto, mas os que vêm de fora estão caros. É o caso da maçã, pera e abacate”, observou Raimundo de Assis. Os gerentes e vendedores entrevistados não têm previsão de uma queda de preços por conta da falta de produção.
Dona Aldeene, 56, vendedora de uma feira localizada na zona Oeste de Boa Vista há 25 anos, disse que a maioria dos produtos que vende é produzida no interior do Estado pela família, mas que, devido ao aumento de preços, ela é obrigada a repassar ao consumidor. “Não temos escolha. Quando eles aumentam o preço por falta de mercadoria, eu também preciso aumentar meus produtos, senão tenho muito prejuízo”, relatou. (A.G.M)