Cotidiano

Estiagem faz consumo de energia disparar

Conforme a Eletrobras Distribuição Roraima, o aumento do consumo de energia elétrica foi de 13,38% por causa do forte calor

Um levantamento feito pela Eletrobras Distribuição Roraima apontou que cresceu o consumo de energia elétrica na Capital. Conforme a empresa, nos três primeiros meses do ano, o aumento no consumo foi de 13,38%. Os dados levam em conta sempre as variações de consumo entre o ano atual com o mesmo período do ano anterior, considerando ainda diferenças de dias, feriados e outras particularidades.
No comparativo de janeiro de 2015 com o mesmo período no ano passado, o crescimento foi de 12,68%. No mês seguinte, a alta foi 7,13% e, em março, o volume de demanda ficou em 19,36%. De acordo com o gerente de operações da distribuidora, Jocely Ferreira, o forte calor causado pela estiagem facilmente explica o aumento de demanda.  “Geralmente, num período desses, de forte temperatura, o cliente acaba consumindo mais que o necessário, principalmente do ar-condicionado e aparelhos de ventilação. Quando decide analisar a fatura, ele acaba se surpreendendo”, comentou.
Com o aumento da demanda, as perturbações na rede de distribuição têm se tornado cada vez mais frequentes. Na quarta-feira da semana passada, 08, a Capital foi atingida por um apagão que durou uma hora. Segundo o gerente, o problema havia sido ocasionado por problemas em uma subestação de energia em Las Claritas, a 100 quilômetros da cidade de Santa Elena, na Venezuela.
“Desligamos a nossa geração de 60 megawatts. Atendemos apenas uma parte da cidade até que todo o sistema voltasse em sua totalidade. Quando a energia foi religada, entramos novamente com a nossa geração. Mas, minutos depois, houve um afundamento de tensão, também por conta do problema em Las Claritas, e isso ocasionou a saída de geração que funcionava no momento, que são as usinas que funcionam desde 2010. Como elas não foram concebidas para suportar essa sustentabilidade do sistema, acabou ocorrendo esse problema”, explicou.
Para solucionar o problema, a Eletrobras iniciou, no ano passado, o processo de construção de mais três termelétricas, que representarão mais 129 mega watts de energia. Com mais 60 mega watts de produção existente, esse número subirá para 189 mega watts. Para Ferreira, uma produção que dará sustentabilidade necessária até 2017, quando o Estado receberá a energia vinda do linhão de Tucuruí, vindo do Amazonas.
“Duas já estão prontas e com todas as autorizações liberadas, restando apenas da outorga da Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel]. Uma está localizada no Distrito Industrial, em Boa Vista, com uma geração de 20 mega watts, e outra em Novo Paraíso, no Município de Caracaraí, com 12 mega Watts. Uma terceira usina, que é a de Monte Cristo, na zona rural da Capital, também está em construção. É uma unidade grande, robusta, que foi concebida tecnicamente para evitar esses tipos de transtornos de afundamento de tensão. Ela minimizará bastante esses problemas, mas ainda está em fase de estruturação”, afirmou.
Essa usina já foi construída, possui licença de instalação e liberação de funcionamento e os demais documentos já foram providenciados. Só que o equipamento que vai dar suporte a este gerador está sendo feito na Eletronorte. “A nossa expectativa é que na próxima quinzena de maio essa usina esteja pronta para entrar em funcionamento”, destacou.
Jocely Ferreira salientou que, paralelo à contratação de geração de energia, a Eletronorte, que é a responsável pela contratação de energia, está investindo na subestação do Monte Cristo, com instalação de compensador estático. “Esse equipamento está previsto para operar até o dia 15 de maio e vai melhorar a qualidade do serviço, tanto a nossa quanto aquela vinda da Venezuela. É um trabalho conjunto da Eletrobras com a Eletronorte”, frisou. (M.L)