Cotidiano

Estrangeiros buscam atendimento em RR

Demanda de pacientes da Venezuela e Guiana, que procuram atendimento na saúde pública roraimense, aumentou 34% no ano passado

O número de estrangeiros que buscam atendimento em Roraima tem aumentado. Só no Hospital Geral de Roraima (HGR), unidade de referência do Estado, houve um aumento de 34% na demanda de pacientes oriundos da Venezuela e Guiana de 2012 para 2013. Neste ano, até no mês de setembro, já foram atendidos 271 pacientes vindos dos países vizinhos.
O número parcial deste ano já é superior ao registrado em 2012, quando foram atendidos 252 pacientes dos dois países. Em 2013, o número foi de 340 pacientes, média de quase um atendimento por dia.
Os pacientes venezuelanos são maioria e, neste ano, representam dois terços dos estrangeiros atendidos em Roraima. Foram atendidos 181 venezuelanos e 90 guianenses. Enquanto que em 2013 foram 208 venezuelanos e 132 guianenses.
O diretor do Pronto Atendimento Airton Rocha (PAAR), Samir Xaud, explicou que uma peculiaridade no atendimento a estrangeiros é que geralmente chegam em estado grave e são encaminhados para Roraima, pois seus países de origem não apresentam condições para o tratamento de casos mais complexos.
MATERNIDADE – Por ser a única maternidade pública em Roraima, o Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN) também atende a demanda de regiões próximas. Este atendimento quase triplicou no primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros meses deste ano, foram 184 pacientes, enquanto que em 2013, foram 68 atendimentos. O que representa um aumento de 170%.
De acordo com a diretora-geral da unidade, Ana Carolina Brito, as estrangeiras, na maioria dos casos, vêm para o Estado com complicações, pois não tiveram acesso a um pré-natal de qualidade. O HMI funciona como referência na realização de partos e também nos casos clínicos em que a gestante possa apresentar complicações no pré-parto, parto e puerpério, por isso, além dos partos, alguns destes atendimentos às estrangeiras, em especial, referem-se a procedimentos de curetagem, histerectomia total, laqueadura e outros.
“Temos o cuidado de prestar o acolhimento para que sejam identificadas todas as necessidades da paciente, o que vai garantir maior segurança aos profissionais que atuam na unidade, principalmente no setor de emergência”, explicou a diretora.
FLUXO – Quanto aos pacientes enfermos que cruzam a fronteira, tanto de ambulância como de veículo particular, a orientação é que os pacientes busquem atendimento inicialmente no município fronteiriço. Caso o problema não seja resolvido, para se deslocar até a Boa Vista, será preciso referenciar o caso para uma das unidades de assistência especializada na Capital para que o hospital já esteja preparado para a chegada deste paciente.