O economista e administrador de empresas Emerson Baú assumiu a Secretaria Estadual de Agricultura na última semana. Ele afirma que está traçando objetivos estratégicos focados no desenvolvimento do Estado através da produção rural. No campo do agronegócio, o objetivo é agilizar a regularização fundiária e ambiental.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM nesse domingo, 31, o secretário garante que alguns passos já foram dados para favorecer os empresários do ramo, como a parceria com o Banco da Amazônia S/A (Basa), que disponibilizou cerca de R$270 milhões de recursos para financiamento.
“Foi assinado um termo de cooperação com o Basa de fortalecimento da agricultura familiar e também da agricultura empresarial, por isso é preciso desse trabalho de base de regularização fundiária e ambiental. É nisso que vamos trabalhar em 2019 para poder chegar ao aumento da produção”, revelou Baú.
O secretário afirma ainda que para isso será necessário trabalhar em parceria com a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e com o Instituto de Terras de Roraima (Iteraima) para a emissão das licenças.
“Acredito que a produção possa ser uma das alavancas do desenvolvimento do Estado. Já começamos a traçar um planejamento com o agronegócio de 15% do PIB para 2030. Agora, estamos com 2%. É possível acontecer, mas é preciso muito trabalho”, frisou.
AGRICULTURA FAMILIAR – Já no quesito da agricultura familiar, o secretário ressaltou que o objetivo é trabalhar no fortalecimento da assistência técnica. Ele explica que atualmente a Seapa conta uma Casa do Produtor Rural em todos os municípios e em algumas localidades com mais de uma. Porém, nem todas estão funcionando da forma como deviam.
O secretário afirma que das 32 unidades, 14 estão sem energia elétrica. Algumas até com mais de 10 meses sem fornecimento.
“Temos técnicos agrícolas, veterinários, que há no mínimo de quatro a seis anos que não fazem uma revitalização. Pessoas que buscaram por conta própria se aperfeiçoar. Sem o orçamento aprovado, não temos gasolina nem diária, então, temos servidores fazendo o seu trabalho com recursos próprios. É preciso rever isso”, relatou.
Uma das ideias planejadas pela Seapa é a dissociação do Departamento de Assistência Técnica da secretaria para um instituto separado, com o objetivo de angariar mais recursos federais, contanto que seja primeiro discutido com os servidores.
“A gente está trabalhando para que na reforma administrativa se faça a separação da assistência técnica. Um dos primeiros passos é justamente essa emancipação, quem sabe deslocar para alguma fundação já estruturada como o Iteraima”, considerou o secretário.
Outra ideia é adotar estratégias de acordo com a necessidade do mercado e fazendo com que os produtos fiquem mais produtivos para o consumidor. Entre elas, uma casa de embalagem (packinghouse), onde o agricultor leva o seu produto para ser embalado profissionalmente e trazer mais atrativo para venda em supermercados e mercados.
“Temos um grupo de Bonfim que está iniciando a produção de cebola, então, estamos trabalhando a agregação de valor. Vamos procurar recursos para instalar a casa da embalagem, pois do formato que foi feito o produtor não se sente dono do seu produto no final”, acrescentou.
Sobre a possibilidade de retorno do vale-custeio, benefício entregue aos produtores rurais para incentivar a agricultura local, o secretário afirma que ainda não há perspectiva de retomada do projeto.
Por fim, Baú ressaltou que a intenção da nova gestão é entregar conhecimento e informação. “Não queremos que o técnico faça o serviço, mas que o produtor seja orientado da melhor forma a executar os seus trabalhos”, concluiu.