Com a estrutura comprometida, o Estádio Raimundo Ribeiro de Souza, o Ribeirão, no bairro Tancredo Neve, zona Oeste, deve ter as atividades suspensas até que todas as irregularidades sejam reparadas. Essa foi a recomendação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Roraima (Crea-RR) após a conclusão do laudo técnico elaborado pela instituição a pedido do Instituto de Desporto de Roraima (IDR).
Conforme o presidente do Crea, Marcos Camoeiras, o estádio tem pontos críticos e, se nada for feito, os frequentadores do local poderão ser afetados. Ele explicou que entre as falhas encontradas na estrutura do local, o que mais preocupa é um problema na estrutura metálica. “Há uma peça metálica principal na cobertura que está com uma corrosão muito forte. Isso por si só não é o problema, mas a forma como está e a carga de vento que ela leva podem ocasionar, até o final do ano, a derrubada daquela estrutura”, alertou.
Também foram determinadas a necessidade de uma revisão geral das instalações elétricas e a elaboração do Sistema de Proteção à Descarga Atmosférica (SPDA). “Existe uma caixa que oferece os circuitos elétricos que não tem a devida proteção, o que oferece um risco para população. Além disso, esse é um problema muito visto nos estádios do Brasil: não existe proteção de descargas elétricas. A gente tem visto os próprios atletas em campo sendo vítimas disso. É realmente preocupante”, disse o presidente do Crea.
MOBILIDADE – Conforme o laudo, também não há local delimitado para as pessoas em cadeira de roda na arquibancada. “Tem o acesso, existem as rampas que possibilitam a locomoção, mas o que falta é uma área específica onde os cadeirantes possam ficar na arquibancada e assistir aos jogos”, frisou Camoeiras.
Ele enfatizou que apesar do laudo desfavorável para que o estádio execute eventos, as intervenções recomendadas são superficiais e demandam um período curto de tempo. “São intervenções simples e que podem ser feitas num período curto. Esse laudo não determina que não haja campeonato de futebol. Significa que o Crea está deixando claro que não há condições de haver um campeonato no momento devido ao estado em que o estádio se encontra, pelo menos até que seja solucionado todos os pontos levantados”, reforçou.
REFORMA – A última reforma realizada no estádio foi no ano de 2010. Desde então, o Crea vem elaborando laudos anuais sobre a situação do estádio, pois o presidente do Crea afirmou que estádio de futebol tem que ter manutenção constante.
“É o quarto ano consecutivo que o Crea vem fazendo isso, em apoio à Federação Roraimense de Futebol. Nesses quatro anos, nós detectamos os mesmos problemas. Em algumas vezes, foram feitos reparos, mas aquilo que a gente aponta como mais preocupante não foi resolvido”, destacou Camoeiras.
Segundo as exigências da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os estádios precisam apresentar liberações da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Crea e Vigilância Sanitária, a fim de prover a segurança mínima necessária para a realização de jogos oficiais.
GOVERNO – Sobre as irregularidades detectadas pelo Crea no Estádio Ribeirão, o Governo do Estado esclareceu que a vistoria foi realizada a pedido do Instituto de Desporto de Roraima (IDR).
A solicitação de laudos técnicos foi feita ainda ao Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Polícia Militar, não apenas no estádio, mas em todos os espaços desportivos sob responsabilidade do Governo do Estado. “Estes relatórios vão balizar as ações governamentais na busca por melhorias destes espaços, sempre prezando pela segurança e integridade física da população”, afirmou o governo.
Cotidiano
Estrutura do Ribeirão está comprometida
Um dos problemas apontados pelo Crea é uma peça metálica da cobertura que pode despencar em cima das pessoas a qualquer momento