Estudante relata como está sendo cursar medicina com 15 anos

Cursar medicina é o sonho de grande parte dos jovens desde muito tempo. Com a alta concorrência em todas as universidades públicas do país, ser aprovado no processo seletivo das instituições é uma grande conquista, não importa a idade. No entanto, passar em quinto lugar, com 15 anos e ainda estando no 1º ano do Ensino Médio (EM) de uma escola pública é motivo de comemoração triplicada. 

Foi isso que o estudante do Colégio Militar Estadual Cel. PM Derly Luiz Vieira, Pedro Tajuja, de 15 anos, viveu em dezembro de 2022, quando soube da aprovação no vestibular para medicina da Universidade Estadual de Roraima (Uerr). Agora, o jovem vive um novo desafio: cursar a área que escolheu desde criança.

“As aulas começaram agora e eu já percebi que é um assunto muito mais complexo. Eu estou vendo formas para estudar e como captar as informações. A universidade é outra experiência. É diferente da escola que tem menos tempo mas é mais flexível os horários de estudo. Só que do jeito que eu estava estudando, eu acho, ainda estou na pegada entre aspas para estudar do jeito que a medicina precisa”, afirmou Pedro à FolhaBV, após uma aula do curso.

O ano letivo da Uerr iniciou no dia 23 de fevereiro e para o jovem a recepção foi tranquila. Segundo ele, os veteranos fizeram encontro com calouros em um parque aquático para se conhecerem e se enturmar. “Não me senti excluído. Foi ótima a recepção”, contou.

Apesar do início tranquilo na universidade, Pedro passou por um intensivo de estudo entre janeiro e fevereiro para fazer as provas de adiantamento de série, após a decisão judicial. O jovem precisou fazer 12 dias de testes das matérias escolares do 2º e 3º ano do Ensino Médio.

“Desde que saiu o resultado na justiça, já procurei os assuntos, estudava bem. Demorou mais duas semanas para a escola disponibilizar o conteúdo. A partir daí foi por mim mesmo. Eu tive uma semana pra estudar e começou as provas. Estudei muito de manhã, de tarde, de noite e final de semana. Foi um período muito intenso, mas que deu tudo certo no final”, disse o jovem.

Pedro fez o vestibular como preparatório para a prova decisiva, que deveria ser feita quando estivesse no 3º ano. No entanto, a aprovação com 112 pontos o fez querer tentar entrar no curso. O recém estudante de medicina ainda não tem escolha de especialização.

Orgulho

Desde a aprovação, o estudante de medicina é orgulho da família e amigos.  “Todo mundo achou impressionante. Com certeza. Muitos amigos meus disseram que vão sentir falta, e eu vou sentir falta deles também. Minha família achou incrível e brinca que agora eu vou ser o primo que todo mundo compara e fala que deu certo”, brinca o jovem.