Cotidiano

Estudantes de São João da Baliza cria canudos comestíveis

Toda a produção é realizada na própria casa de Yasmin Sousa

Uma estudante que mora em Guarujá, estado de São Paulo, está desenvolvendo canudos comestíveis, bandejas e papéis biodegradáveis a partir das fibras de bananeira e de buriti.

Nascida em São João da Baliza, em Roraima, Yasmin Sousa, 25 anos, se mudou há cinco anos para a região em busca de oportunidades.

Filha de agricultores, a jovem aprendeu sozinha a manusear as fibras. A ideia de transformar matéria-prima que viraria lixo orgânico em produtos economicamente sustentáveis surgiu em 2007, quando Yasmin cursava o ensino médio, ainda em Roraima. Seu primeiro produto foi uma caixa térmica com a fibra de buriti, para substituir o isopor.

Sem apoio para prosseguir com os projetos, a proposta de desenvolver produtos biodegradáveis foi deixada de lado. “Decidi resgatar o projeto este ano, com a Expo Ambiental, uma feira com ênfase em soluções para o meio ambiente da escola onde faço curso técnico”, afirma. “Daqui a dez anos as pessoas não vão utilizar materiais biodegradáveis porque elas querem, mas porque o meio ambiente vai gritar pedindo por isso”, completa.

Yasmin está no último ano do técnico em Química, na Escola Municipal 1º de Maio, no Jardim Boa Esperança, em Guarujá. Em 2020, ela pretende fazer uma extensão de um ano em Meio Ambiente. O trabalho intitulado ‘Fiber Innovation’ conquistou o 2º lugar na Expo Ambiental.

O papel desenvolvido pela aluna é feito com 100% de fibra de bananeira e pode ser impresso. “Os papéis comuns demoram seis meses para se decompor. Esse se decompõe em até 72 horas e já vira um adubo orgânico”, comenta.

As bandejas são impermeáveis e feitas com condimentos antifúngicos e antibacterianos, como cravo, hibisco, canela e orégano. “Podem ser utilizadas para alimentos úmidos ou secos e levam 32 dias para se decompor. Uma bandeja de isopor demora 150 anos para começar o processo de decomposição”, explica. Após compostagem, as bandejas de fibra de bananeira também viram adubo orgânico.

Já os canudos biodegradáveis são comestíveis e podem ficar até 40 minutos imersos em água, suco ou refrigerante sem sofrer alteração. “Estou adicionando sabores para ser mais agradável ao paladar. Já desenvolvi de limão e de morango”.

Toda a produção é realizada na própria casa de Yasmin.

A estudante está agora providenciando a patente do projeto e, depois, pretende licenciar para que empresas possam produzir os materiais. Quem quiser colaborar com o ‘Fiber Innovation’ pode fazer doações por uma vaquinha virtual (www.vakinha.com.br/vaquinha/projeto-de-producao-de-materiais-biodegradaveis).

A jovem, que trabalha atualmente como cabeleireira, tem como sonho montar uma cooperativa para produzir materiais biodegradáveis e recolher isopor do meio ambiente. “Vou retirar da natureza e transformar em resina para restauração de telhas para famílias carentes”, finaliza.

*Com informações: Diário do Litoral