A exoneração do diretor da Escola Estadual Mário David Andreazza, no bairro Caimbé, causou revolta em estudantes, pais de alunos e funcionários da unidade de ensino. Eles reclamaram da demissão de Antônio de Sousa Magalhães e acusam o governo do Estado de não estar comprometido com a educação dos jovens.
De acordo com a série de reclamações feitas à Folha na última semana, toda a comunidade estudantil está insatisfeita com a exoneração do gestor. A revolta era tanta que os estudantes estavam dispostos a realizar um protesto na segunda-feira passada, 4, data previamente marcada para o início do ano letivo na rede estadual de ensino.
A previsão é que os alunos fossem para a escola, mas iam se recusar a entrar no prédio para assistir às aulas em protesto contra a exoneração. Porém, com o cancelamento do início das aulas, eles decidiram protestar de outas maneiras.
“Toda a comunidade escolar está insatisfeita com o que aconteceu e como protesto os alunos não irão entrar no prédio na próxima segunda-feira, primeiro dia letivo. Peço que noticiem nossa insatisfação para que possa chegar até nosso governador e que ele tome providências revertendo esse ato da Secretária de Educação”, informou um manifestante que preferiu não se identificar.
MOTIVOS POLÍTICOS – A maioria dos insatisfeitos com a exoneração alegou que a medida teve como finalidade atender motivações políticas da atual gestão governamental.
“Estamos todos insatisfeitos com a exoneração do gestor da Escola Estadual Mário David Andreazza. Tudo por conta de acordos políticos”, informou outro manifestante.
“Eles não estão comprometidos com a educação dos nossos jovens, mas sim querendo apenas acomodar seus apadrinhados. Isso é revoltante. Queremos justiça e que a comunidade tenha voz e atendam nosso desejo”, completou.
Outro manifestante, desta vez o pai de um aluno da escola, acionou a Folha para afirmar que foram surpreendidos com a “trágica notícia” de que Antônio de Sousa Magalhães havia sido exonerado “para acomodar os cabos eleitorais do novo governador Antonio Denarium (PSL)” e que a medida iria paralisar “um excelente trabalho que vinha sendo desenvolvido na instituição”.
Já um funcionário da unidade de ensino classificou a exoneração como “absurda”.
“Isso foi um absurdo o que fizeram. Estão interrompendo um brilhante trabalho que vinha sendo desenvolvido à frente da escola. Estamos todos revoltados com isso. Que nossa reclamação possa chegar até o nosso governador”, acrescentou.
OUTRO LADO – Mesmo com a demanda de pais, funcionários e alunos, o governo do Estado pareceu não se sensibilizar com a reclamação da comunidade estudantil. Em nota, a Secretaria Estadual de Comunicação Social (Secom) informou apenas que nomeação e exoneração “fazem parte da rotina administrativa do governo”. (P.C.)