Reeducandos da Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), que estudam nos 5º e 6º anos na Escola Estadual Professora Crisoteuma Francisca de Brito Gomes, que funciona dentro do presídio, tiveram uma manhã diferente. Eles participaram de um café da manhã com sarau promovido pelos gestores da escola.
Está sendo desenvolvido um projeto de oficinas de poemas dos professores, com trabalho de desenvolvimento de poesias, quadrinhos, sonetos etc. O evento contou com a presença do artista regional Eliakin Rufino, que recitou poesias e cantou para os detentos.
A escola funciona na unidade prisional desde o ano de 2007 e atende a 285 reeducandos. A diretora da escola, Maria Arlete, disse que muitos dos que começaram na escola passaram em vestibulares. “Hoje temos universitários do curso de Direito, Pedagogia, Educação Física e outros. Conseguimos plantar a semente, agora estamos colhendo os frutos”, frisou.
O reeducando Flávio Santos de Souza, 26, aluno da 5ª série, um dos que recitou poesias e passou para a primeira fase das Olimpíadas de Matemática Brasileiras do ano passado, falou da importância do estudo em sua vida. “Sem o estudo não chegamos a lugar nenhum. Aqui existem muitos transtornos, mas o estudo tem me ajudado a enfrentar esse período nesse lugar. Meu objetivo após sair é continuar a estudar e trabalhar”, disse. Ele está há um ano recluso na Pamc.
Eleandro Ramos Albuquerque, de 32 anos, foi mais um reeducando que com os estudos continuados na unidade prisional conseguiu, após passar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), se tornar estudante universitário no curso de Pedagogia. “Eu agarrei essa oportunidade, que é a do estudo. A educação é o melhor caminho para continuarmos a vida após sairmos daqui”, destacou. Ele está há cinco anos preso.
Ele ainda enfatizou que as disciplinas que mais lhe interessam são História e Matemática. “Porque você sabendo do que ocorreu no passado, o futuro pode ser mudado e melhorado. E a matemática porque nossa vida é regida por ela todos os dias”, ressaltou.
O artista Eliakin Rufino também comentou sobre a importância do trabalho educacional desenvolvido na unidade prisional. “Essa oportunidade ofertada a essas pessoas que estão aqui é muito importante, pois são cidadãos que não tiveram apoio no momento certo. Se tivessem, talvez não precisassem passar por essa experiência amarga”, frisou. (T.C)