Após a flexibilização do comércio anunciada nessa quinta-feira, 25, onde estabelecimentos foram autorizados a funcionar das 6h às 22h, a Comissão dos Profissionais do Setor de Eventos Municipal e Estadual de Roraima, emitiu nota de repúdio por não ter sido contemplada no novo decreto.
Na nota, a Comissão cita as dificuldades que os empresários e colaboradores tem enfrentado durante a pandemia com a suspenção de eventos e festas. Ainda de acordo com a nota o setor movimenta bilhões na economia mundial e é fundamental para o sustento de milhares de família.
Confira a nota na íntegra:
A Comissão dos Profissionais do Setor de Eventos Municipal e Estadual de Roraima torna público seu repúdio, quanto às decisões verticalizadas e unilaterais que a Prefeitura Municipal de Boa Vista, insiste em adotar, em detrimento a um dos setores mais atingidos, pela pandemia, desde o seu início. Uma interpretação equivocada tem sido feita quanto os indicadores que apontaram o crescimento do setor no país.
Estes expressam nada mais do que a vontade de sobreviver, de se reinventar, imbuída em cada trabalhador, e empresário, mas não esconde o desastroso resultado nas receitas públicas e na arrecadação Municipal e Estadual.
A importância desse setor que, abraça milhões de Brasileiros, dentro e fora da informalidade, movimenta Bilhões de reais anualmente, e é peça fundamental não só para o desenvolvimento pessoal, sustento da família, mas também para a Economia das Cidades.
Citamos garçons, auxiliares de limpeza, segurança, produtoras audiovisuais, a indústria do casamento, floristas, cerimoniais, decoradores, salões de beleza, sonoplastas, buffets, Djs, são alguns dos exemplos que com o advento dos decretos, todos perderam suas receitas, tornando-se esquecidos, ficando isolados e sem amparo.
Nesse cenário, a adoção de técnicas e tecnologias, a exemplo dos aplicativos para pedidos e delivery resolvem apenas uma parte do problema, e não atende ao setor. Enquanto isso, a esfera pública insiste em fazer vistas grossas ao problema.
Segundo a Revista Exame (2020), uma pesquisa da McKinsey & Co. previu que, dos mais de 650 mil estabelecimentos ativos em 2019, cerca de um em cada cinco – ou mais de 130 mil – irão fechar permanentemente em 2021.
Uma outra pesquisa realizada pelo Sebrae (2020), apontou queda no faturamento de 92,3% das empresas entrevistadas, e que sem dúvida é um dos setores mais impactados pela pandemia e com grandes obstáculos para a retomada.
Nossos profissionais, senhor Prefeito, precisam de amparo. E não é encerrando os trabalhos nos moldes que decidiram, que ofertarão algo para as centenas de famílias em situação de risco hoje.
Não esqueçam que a força produtiva somos nós, assalariados, pequenos empresários, gerando EMPREGO, renda, somos contribuintes e pagadores dos vossos salários pelos impostos que geramos, isto não é apenas um simples direito, é uma necessidade de vida, nos é cláusula pétrea. Precisamos não apenas sentar, entretanto discutir ou sermos ouvidos, para que a urgência dessa demanda seja levada a cabo urgente.
OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista que se manifestou por meio da seguinte nota:
A Prefeitura de Boa Vista esclarece que todas as medidas que a gestão municipal tem tomado são para conter o avanço da covid-19 na capital, e são analisadas pelo Comitê de Enfrentamento da COVID-19, composta por técnicos de todas as áreas da prefeitura, em especial da saúde, sejam para novas medidas restritivas ou flexibilizações. Todas as decisões são técnicas e baseadas em dados científicos, do acompanhamento da evolução dos casos em Boa Vista, para evitar colapso no sistema de saúde de Roraima.
O município sabe da importância de todos os setores, mas reforça que a prioridade é salvar vidas, e conforme a evolução da situação, iremos flexibilizar outros segmentos. A prefeitura ampliou os horários de funcionamento do comércio a partir desta sexta-feira, 26, mas reforça que a situação em Boa Vista ainda é preocupante e por isso é preciso que a população continue a cumprir com as medidas sanitárias.
A prefeitura segue atuando ainda de forma efetiva na fiscalização da cidade em uma operação conjunta da Vigilância Sanitária com outras secretarias. As equipes estão diariamente nas ruas vistoriando o cumprimento dos decretos. Desde o início de janeiro, em torno de 400 estabelecimentos comerciais já foram notificados por estarem desrespeitando as normas do decreto.
São mais de 300 mil mortes no Brasil por causa do coronavírus, esse não é o momento de relaxar. É importante que cada um faça a sua parte. A manutenção da saúde pública depende da consciência de todos e atitudes de desrespeito às recomendações sanitárias colocam em risco a vida de muitas pessoas.